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Charlie Hebdo/atentados

Charlie Hebdo vai repassar € 4,3 milhões para vítimas de atentados

A direção do jornal satírico Charlie Hebdo anunciou nesta segunda-feira (18) que vai repassar integralmente €4,3 milhões (R$ 14,7 milhões), recebidos em doações e vendas desde os atentados de janeiro, para as vítimas dos ataques. Paralelamente, em entrevista divulgada pelo site do jornal Libération, o desenhista Luz, um dos principais nomes de Charlie Hebdo, anunciou que deixa a publicação em setembro.

A primeira edição após o atentado teve 5 milhões de exemplares.
A primeira edição após o atentado teve 5 milhões de exemplares. REUTERS/Eric Gaillard
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Luz, autor da primeira capa após os atentados em Paris contra a redação do Charlie Hebdo e nos arredores da capital, diz que a sua saída é motivada por falta de “inspiração”. Ele acrescenta que ela não tem relação com a tensão interna sobre o destino das receitas arrecadas após os ataques.

O valor será depositado em um banco estatal francês (Caisse des dépôts et consignations), informou a direção da revista em um comunicado. A direção também solicitou ao ministério da Justiça a criação de uma comissão para distribuir os fundos, informaram Riss, diretor do Charlie Hebdo, e Eric Portheault, diretor financeiro.

Cifras fantasiosas

A direção da revista afirma que deseja retificar "as cifras fantasiosas que circulam sobre o faturamento" da publicação e responder às "declarações inexatas, fonte de boatos mal-intencionados e de tensões". O documento cita que "a margem bruta realizada pelas vendas da revista desde os atentados de janeiro é estimada em aproximadamente € 12 milhões de euros", sobre os quais será aplicada a taxa de imposto de 33,33%.

Os acionistas do Charlie reiteram o "compromisso absoluto de não receber nenhum dividendo" sobre essa quantia. A publicação pertence atualmente em 40% aos pais de seu ex-diretor Charb, morto no atentado de 7 de janeiro; em 40% ao desenhista Riss e em 20% ao diretor financeiro Eric Portheault.

Em uma entrevista ao jornal Le Monde, Riss disse que Charlie Hebdo "não poderá seguir com apenas dois acionistas" e que "acontecerá uma abertura de capital". Mas ele acrescentou que as mudanças acontecerão em setembro, por temer uma tomada de decisões "sob a influência da emoção".
 

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