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França/Justiça

Strauss-Kahn, ex-chefão do FMI é absolvido de crime ligado à prostituição

O tribunal de Lille, no norte da França, absolveu nesta sexta-feira (12) o ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, do crime de proxenetismo. A sentença foi anunciada quatro meses depois das audiências realizadas pela justiça. DSK, como é mais conhecido, se defendeu das acusações revelando detalhes sobre suas aventuras sexuais e negando ter conhecimento de que suas parceiras eram prostitutas.  

Dominique Strauss-Kahn ao deixar seu apartamento, em Paris.
Dominique Strauss-Kahn ao deixar seu apartamento, em Paris. Reuters/Gonzalo Fuentes
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Strauss-Kahn compareceu ao tribunal de Lille e ficou impassível durante toda a leitura do julgamento. Ele sorriu apenas ao final da audiência e depois foi embora rapidamente, sem fazer comentários.

No escândalo sexual revelado em 2011, Strauss-Kahn era acusado de ter participado de orgias sexuais com prostitutas, organizadas por amigos em várias cidades, como Lille e Washington, onde fica a sede do Fundo Monetário Internacional.

O ex-ministro socialista, de 66 anos, admitiu ter participado das orgias, mas sempre negou ter conhecimento de que mantinha relações sexuais com prostitutas.

DSK respondia a acusações de proxenetismo, que consiste em incitar ou facilitar o recurso à prostituição. Na França, esse crime pode ser punido com até 10 anos de prisão. Ser apenas cliente é autorizado.

Durante a sentença, o presidente do tribunal, Bernard Lemaire, esclareceu que Strauss-Kahn não era o "promotor" das orgias e ele teve "um comportamento de cliente que não é reprovável pela lei penal".

Outros envolvidos

Durante a abertura do processo, em fevereiro, o presidente do Tribunal fez um apelo para os protagonistas do caso fazerem uma distinção entre o direito e a moral. Apesar do "clima sereno", os debates expuseram a sexualidade de DSK, que confessou "ser mais rude do que a média".

Ao lado de DSK, outros 13 acusados compareceram no tribunal de Lille onde foi julgado o caso conhecido como "Carlton", nome do hotel de luxo onde trabalhavam alguns dos envolvidos. Todos foram absolvidos dos crimes, exceto o ex-responsável pelo Carlton, que foi condenado a um ano de prisão com sursis.

Segundo um dos advogados de Strauss-Kahn, a decisão dos juízes comprovou que o "caso era vazio" e o indiciamento do ex-ministro socialista foi baseado "em critérios morais e não em termos jurídicos".

Escândalos

Nos últimos quatro anos, a sexualidade do economista francês, considerado brilhante, foi exposta publicamente e mundialmente. O primeiro caso aconteceu em 2008, quando uma ex-integrante do FMI, Piroska Nagy, acusou DSK de assédio. Ele pediu desculpas publicamente e se manteve no cargo.

O maior escândalo, no entanto, aconteceu em maio de 2011. Uma camareira do hotel Sofitel, em Nova York, acusou o chefão do FMI de abuso sexual. DSK foi preso, algemado e teve sua carreira política arruinada, no momento em que liderava as sondagens para ser o candidato do Partido Socialista à eleição presidencial de 2012 na França.

O caso durou vários meses e terminou em um acordo financeiro entre DSK e Nafissatou Diallo, cujos valores não foram revelados.

Desde 2012, Dominique Strauss-Kahn trabalha como consultor internacional e chegou a se lançar, sem sucesso, em negócios envolvendo o sistema bancário. Pesquisas de opinião mostram que ele ainda mantém a imagem de homem competente.
 

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