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Costa do Marfim/crise

Forças de Ouattara podem tomar palácio presidencial em breve, diz embaixadora do Brasil

Os combatentes do presidente eleito Alassane Ouattara cercaram a região em torno do palácio presidencial, no bairro Plateau, e a residência do chefe-de-estado nesta sexta-feira, no bairro Cocody, na capital Abidjan, onde está o dirigente Laurent Gbagbo.

Cenas de guerra foram registradas nesta sexta-feira em Abidjan, capital da Costa do Marfim
Cenas de guerra foram registradas nesta sexta-feira em Abidjan, capital da Costa do Marfim AFP/Jean-Philippe Ksiazek
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As tropas de elite do dirigente Laurent Gbagbo continuam resistindo aos ataques das forças do presidente eleito Ouattara. A embaixadora do Brasil na Costa do Marfim, Maria Figueiredo, disse em entrevista à RFI que os combates continuam intensos no bairro Cocody. “Há violentos combates ao lado da residência do presidente, que fica aqui perto, e do palácio presidencial”, disse.

De acordo com ela, os ataques duraram toda a noite. "Acalmou apenas ao lado da TV estatal, a RTI, que deve ter sido tomada.” A expectativa, de acordo com ela, é que a situação se defina nas próximas horas, depois de quatro meses de intensos conflitos entre o presidente eleito em 28 de novembro, Alassane Ouattara, apoiado pela comunidade internacional, e Gbagbo, que se recusa a deixar o cargo. Segundo Toussaint Alain, seu representante na Europa, apesar da pressão ele não tem intenção de abdicar.

Maria Figueiredo diz que apenas dois brasileiros, que moram em bairros que estão sendo saqueados, procuraram a embaixada para pedir proteção. "Estamos verificando se há brasileiros que querem deixar o país, mas como a situação deve se definir nas próximas horas, muitos estão aguardando, mas Gbagbo não quer ceder", disse. Ela não soube dizer se o aeroporto da cidade foi fechado. "Só tive notícias de que o Líbano estaria evacuando seus cidadãos, mas os franceses, até onde sei, ainda não começaram", declarou.

França desaconselha viagens ao país

A França publicou uma mensagem no site do Ministério das Relações Exteriores desaconselhando os cidadãos a viajarem para o país. Para os franceses que já estão em Abdijan, a ordem é não sair às ruas até que a situação se normalize. Cerca de 12.200 franceses vivem na Costa do Marfim, sendo que 7.300 possuem dupla nacionalidade. O presidente Nicolas Sarkozy reuniu-se nesta terça-feira com o chanceler Alain Juppé, o ministro da defesa Gérard Longuet e o da Cooperação Henri de Raincourt, para discutir a crise no país. Em um comunicado, a França exige que Laurent Gbagbo deixe o poder e ceda o poder pacificamente ao presidente eleito, Alassane Ouattara.
 

* Com entrevista de Miguel Martins

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