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França/DSK

Na TV, Strauss-Khan admite "falha moral" mas nega violência

O ex-diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Khan, falou pela primeira vez em público desde que voltou à França, depois de ser preso em Nova York acusado de agressão sexual pela camareira Nafissatou Diallo, do Sofitel. Neste domingo, em entrevista ao canal de TV privado TF1, ele falou durante quase vinte minutos sobre o escândalo sexual em que se envolveu, política, futuro e até deu palpite sobre a crise na Grécia.

A jornalista Claire Chazal anuncia a entrevista com Dominique Strauss-Khan, neste domingo, no canal de TV francês TF1.
A jornalista Claire Chazal anuncia a entrevista com Dominique Strauss-Khan, neste domingo, no canal de TV francês TF1. LC
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A apresentadora do principal jornal da emissora, Claire Chazal, amiga da esposa de Strauss-Khan, começou a entrevista perguntando o que aconteceu no dia 14 de maio na suíte 2806 do Sofitel de Nova York.

Com um tom grave, segurando na mão direita o relatório do procurador americano, DSK confessou que cometeu uma"falha moral" que o fez perder o seu grande encontro com os franceses, referindo-se às suas aspirações presidenciais. Ele reconheceu ter tido uma relação inapropriada, mas negou com firmeza ter agredido Nafissatou Diallo e insistiu que não houve nem violência, nem agressão, nem delito. Ele também explicou que não foi uma relação sexual paga, mas sim um erro do qual não se orgulha, ao contrário, que lamenta sem parar. Em seguida, questionou a motivação financeira da mulher, dizendo que não tem intenção de negociar no processo civil.

Strauss-Khan não exclui ter sido vítima de uma armação. Uma armadilha? perguntou a jornalista. É possivel, ele respondeu. Um complô?, indagou Claire Chazal. Nós veremos, foi a resposta do ex-diretor do FMI, que levantou dúvidas igualmente sobre a atitude da direção do Sofitel.

Em um momento quase dramático, Strauss-Khan confessou que teve medo ao ser preso em Rikers Island e elogiou sua esposa, Anne Sinclair, "uma mulher excepcional sem a qual eu não teria resistido".

Ele também disse que respeita as mulheres e compreende suas reações, referindo-se à presença de cerca de 50 feministas que protestavam na frente da emissora. "Paguei e estou pagando caro pelo que fiz", disse.

Encerrando o capítulo dos escândalos sexuais, ele também negou ter agredido a jornalista francesa Tristane Banon, em 2003.

Política e futuro

Havia muita expectativa em torno das intenções políticas de Dominique Strauss-Khan, já que quando foi preso era o preferido para ser candidato do Partido Socialista nas presidenciais de 2012. Sobre este assunto, ele confirmou que, logicamente, não será candidato nas eleições do ano que vem, e disse que deseja uma vitória da esquerda e o sucesso das primárias socialistas.

DSK citou somente um nome do mundo político, o de sua amiga Martine Aubry, n° 1 do PS, mas confirmou que não vai apoiar nenhum dos seis pré-candidatos do partido.

Sobre o futuro, Strauss-Khan não anunciou sua retirada da vida política, disse que vai se repousar, refletir e terminou a entrevista com uma frase que deixa margem a interpretações: "Dediquei toda a minha vida a tentar ser util ao bem público, nós veremos..."

Reação

A primeira reação veio do advogado de Nafissatou Diallo na França,Thibault de Montbrial. Ele definiu a aparição televisiva de Strauss-Khan como uma operação de comunicação totalmente preparada, sem nenhuma espontaneidade, nem nas perguntas, nem nas respostas.

Crise da Grécia

Strauss-Kahn também falou algumas palavras sobre economia e defendeu a anulação pura e simples da dívida da Grécia, criticando os europeus por não levarem em conta a dimensão da crise que atinge a zona do euro.

 

 

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