Acesso ao principal conteúdo
ONU/Síria

Rússia e China criticadas por vetar resolução da ONU sobre Síria

A decisão dos russos e chineses de vetar uma nova resolução do Conselho de Segurança da Onu condenando a repressão na Síria provocou uma onda de protestos e reações indignadas em escala mundial. O novo impasse diplomático acontece depois de um novo banho de sangue em Homs, onde a oposição acusa o regime sírio de matado pelo menos 230 pessoas no pior capítulo da repressão contra os opositores.

Reunião do Conselho de Segurança da ONU, neste sábado, 04 de fevereiro, em Nova YOrk
Reunião do Conselho de Segurança da ONU, neste sábado, 04 de fevereiro, em Nova YOrk AFP / UN PHOTO / Eskinder Debebe
Publicidade

É a segunda vez que a China e a Rússia impedem o Conselho de Segurança de aprovar uma resolução condenando a violência do regime contra a população que , em 11 meses, já teria deixado pelo menos 6 mil mortos, segundo estatísticas dos militantes. Em outubro de 2011, chineses e russos já haviam bloqueado o texto de uma outra resolução.

Desta vez, 13 países aprovaram o documento que condena as “violações flagrantes” dos direitos humanos pelo regime do presidente Bashar al-Assad e exigia uma transição democrática baseada no plano de saída de crise elaborado pela Liga Árabe no dia 22 de janeiro.

O novo bloqueio provocou reações ainda mais indignadas por ter sido efetuado horas depois de uma ação violenta das forças governamentais na cidade de Homs, reduto do movimento que pede a renúcia do presidente al-Assad. Os opositores consideram que pelo menos 230 pessoas morreram após os bombardeios contra os moradores, na operação mais violenta do regime desde meados de março de 2011.

Para a secretária de estado norte-americana, Hillary Clinton, o veto da Rússia e China “endossam a responsabilida pelos horrores que acontecem na Síria”. O presidente francês Nicolas Sarkozy “lamentou com veemência” a decisão e afirmou que a tragédia síria deve chegar ao fim.

O ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, acusou chineses e russos de terem “abandonado o povo sírio” e de “encorajar o reime do presidente al-Assad a cometer ainda mais massacres como o que aconteceu em Homs”. Para o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o papel das Nações Unidas ficou “diminuído”.

Para a Anistia Internacional o veto é "uma traição desumana e chocante par ao povo sírio”. “ É escandaloso ver como eles bloquearam o que já era uma resolução não muito severa. Depois de uma noite onde o mundo inteiro observou o sofrimento do povo de Homs, o comportamento dos membros é particularmente chocante”, reagiu o secretário-geral da Ong, Salil Shetty.

A Anistia Internacional afimou, no entanto, que vai continuar a pedir aos membros do Conselho de Segurança da ONU de evocar a situação da Síria na Corte Penal Internacional.

Instrumento

Os ocidentais insistiram para que o voto no Conselho de Segurança da Onu fosse realizado neste sábado, apesar dos avisos da diplomacia russa de que o texto não lhe agradava. O país ainda mencionou a visita do chanceler Serguei Lavrov a Damasco na próxima terça-feira para tentar uma solução pacífica para a crise.

“O Conselho de Segurança da ONU não é o único instrumento político do planeta”, afirmou o representante russo nas Nações Unidas, Vitaly Tchourkine. “ Outros instrumentos serão usados de maneira enérgica”, prometeu.

Segundo a oposição síria, mais de 230 civis, incluindo dezenas de mulheres e crianças foram mortas em bombardeios das forças pró-regime em Homs durante a madrugada. Damasco negou ter realizado a operação e acusou os opositores de terem incitados “grupos terroristas” a atacar a cidade para influenciar o voto na ONU.

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.