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BRICS/Nova Délhi/ONU

BRICS desafiam a ordem estabelecida em posições sobre a Síria e o Irã

Os BRICS nem sempre conseguem apresentar uma posição comum nos debates relacionados com a paz e a segurança mundial, principalmente devido à posição dominante da China e da Rússia como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU com poder de veto nas decisões. Por outro lado, em várias votações polêmicas nas Nações Unidas e em outras instituições da governança mundial, Brasil, Índia e África do Sul exibem convergência de posições.

Dmitri Medvedev recebe o enviado especial da ONU para a Síria, Kofi Annan, neste domingo, em Moscou.
Dmitri Medvedev recebe o enviado especial da ONU para a Síria, Kofi Annan, neste domingo, em Moscou. REUTERS/Yekaterina Shtukina/RIA Novosti/Kremlin
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Adriana Moysés, enviada da RFI a Nova Délhi

Foi o caso em três temas debatidos em setembro passado durante a Assembleia Geral da ONU, lembra o professor Diego Santos Vieira de Jesus, do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio. Os BRICS chegaram a um consenso com relação ao estado palestino independente, à resolução pacífica de conflitos e à reforma das instituições internacionais. O Brasil teve papel de destaque na promoção do estado palestino.

No caso da Síria, em outubro, os três países se abstiveram na votação de um projeto europeu contendo sanções contra o regime de Damasco, enquanto Rússia e China vetaram a proposta no Conselho de Segurança. Em fevereiro, Moscou e Pequim repetiram a dose, impondo novo veto a um texto que pedia a saída de Bashar al-Assad do poder. Logo em seguida, o Brasil votou a favor de uma resolução de condenação do regime sírio na Assembleia Geral, mas defendeu que a intervenção militar deveria ser o último recurso em caso de conflito.

Segundo o Itamaraty, é provável que os países do BRICS condenem a violência na declaração final do encontro de Nova Délhi. Com relação ao Irã, o grupo vê com preocupação a “escalada retórica” ocidental contra o programa nuclear iraniano. O dossiê iraniano está na pauta da Cúpula Internacional sobre Segurança Nuclear que acontece nesta segunda e terça-feira na Coreia do Sul.

Rússia promete ajudar missão de Kofi Annan

O enviado da ONU e da Liga Árabe para a questão síria, Kofi Annan, buscou neste domingo garantir o apoio da Rússia a seus esforços para pôr fim ao conflito na Síria, onde mais de 8 mil pessoas já foram mortas durante o levante contra o governo. O presidente russo, Dimitri Medvedev, afirmou que a missão Annan é "talvez a última oportunidade" para evitar uma "guerra civil prolongada" na Síria.

"Vamos dar toda a ajuda possível”, disse Medvedev durante um encontro com Annan em Moscou. Enquanto isso, na Coreia do Sul, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, discutiram como apoiar a oposição e concordaram em fornecer uma ajuda "não militar" aos rebeldes sírios, incluindo equipamentos de comunicação e médicos.

Com a colaboração de Lúcia Muzell.

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