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Irã/Nuclear

Negociações sobre programa nuclear iraniano chegam a impasse

As discussões em Bagdá entre potências ocidentais e o Irã, sobre o programa nuclear iraniano, chegaram a um impasse nesta quinta-feira. Teerã considera que as bases para continuar as negociações, depois da reunião, não estão reunidas. Mas os participantes continuam tentando chegar a um acordo.

As seis maiores potências militares mundiais reuném-se em Bagdá com o governo do Irã, nesta quinta-feira.
As seis maiores potências militares mundiais reuném-se em Bagdá com o governo do Irã, nesta quinta-feira. REUTERS/Government Spokesman Office/Handout
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Previstas inicialmente para um só dia, as discussões, que começaram na quarta-feira foram prolongadas até hoje. Estão reunidos na capital iraquiana, representantes do Irã e dos membros permanentes do Conselho de segurança da ONU (Estados Unidos, França, Grã Bretanha, Rússia e China) e da Alemanha.

As duas partes apresentaram propostas que serão discutidas ao longo do dia e se não chegarem a um acordo, a reunião será considerada um fracasso para os que defendem um ajuste da questão pela via diplomática.

A proposta das potências pede que o Irã pare de enriquecer urânio num alto grau de pureza. A ideia é deixar Teerã cada vez mais longe do nível necessário para a eventual fabricação de uma bomba atômica.

Mas o Irã diz que precisa purificar urânio a níveis elevados para abastecer um reator nuclear que fabrica elementos químicos usados na medicina. Para atender essa preocupação dos iraniano as potências prometem enviar a Teerã estoques de urânio já enriquecidos ou até mesmo material médico já pronto para o uso.

As potências também querem que o Irã suspenda todas as atividades nucleares na central de Fordo, construída recentemente debaixo de uma montanha ao sul de Teerã. O Irã não disse nem sim nem não e apresentou uma contraproposta mantida em sigilo.

No fundo, o objetivo do governo iraniano é uma maneira de aliviar as sanções cada vez mais pesadas que sufocam sua economia. Analistas dizem que as potências por enquanto não querem aliviar o cerco ao país. Em todo caso, a retomada do diálogo, parado há quase um ano e meio, por si só já é uma maneira de afastar o risco de uma nova guerra no Oriente Médio.

O chefe da delegação iraniana, Said Jalili, e a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, devem falar com a imprensa no final das discussões.

A imprensa iraniana acusou hoje as grandes potências de se alinhar as propostas de Israel durante as discussões de Bagdá e exprime suas dúvidas sobre as chances de um sucesso.

Com a colaboração de Samy Adghirni, correspondente da Folha de São Paulo, em especial para a Rádio França Internacional, em Teerã.
 

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