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Chefe do FMI acertou na crítica aos gregos mas errou na forma, diz jornal

Os jornais franceses dessa segunda-feira repercutiram as declarações feitas pela diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, que criticou abertamente a postura da Grécia diante da crise. A chefe do FMI disse que os gregos não pagam impostos, o que suscitou vários protestos, principalmente em Atenas.

"Eles deveriam se ajudar mutualmente pagando seus impostos", disse Christine Lagarde ao criticar os gregos.
"Eles deveriam se ajudar mutualmente pagando seus impostos", disse Christine Lagarde ao criticar os gregos. www.figaro.fr
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Ao enviar uma mensagem aos gregos de que eles devem ter consciência e obrigação de pagar todos os impostos, e ao mesmo tempo dizer que os pobres africanos precisam muito mais de ajuda do que a população da Grécia, a diretora-gerente do FMI acertou no conteúdo mas não na forma, afirma o jornal Le Figaro que circula nesta segunda-feira. Em editorial, o diário conservador diz entender que as declarações de Lagarde tenham ferido o orgulho dos gregos e provocado uma reação violenta no país que é o berço da civilização ocidental, mas o que ela disse não deixa de ser verdade.

A classe política, a Igreja Ortodoxa grega e muitos magnatas nunca deram exemplo e sempre desfrutaram de muitos privilégios e de impunidade, escreve o Le Figaro, mas por outro lado, a Europa foi quem decidiu aceitar a Grécia na União Europeia e depois na zona do euro e por isso tem sua parte de responsabilidade, enfatiza o diário. Para o jornal, os gregos precisam aceitar uma reforma ampla na sociedade, pois a zona do euro sobreviverá sem a Grécia, mas o contrário não é tão simples. Por isso, a mensagem de que eles devem aceitar e se adaptar ao rigor é correta, mas tem que ser feita de maneira apropriada, avalia o Le Figaro.

Cannes

Libération dedica sua manchete principal ao Festival de Cannes e considera que a atribuição da Palma de Ouro ao filme Amor do diretor austríaco Michael Haneke salvou a imagem de uma premiação decepcionante. O júri, presidido pelo italiano Nanni Moretti, preferiu confirmar talentos já consagrados como Haneke, que conquistou sua segunda Palma de Ouro, e deixou de lado filmes mais arriscados e talvez mais ambiciosos, avalia o jornal.

O júri de Cannes demonstrou ainda ser bem “anti-globalização” ao não conceder nenhum prêmio aos sete filmes norte-americanos de estilo hollywoodiano em competição. “Só mesmo um diretor brincalhão como o brasileiro Cacá Diegues, presidente do júri do Caméra d'Or, que premia o primeiro filme de um cineasta, para recompensar um filme americano”, escreve o Libération ao se referir à obra vencedora Beasts of the Southern Wild, de Benh Zeitlin. 

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