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Crise/Espanha

Para Rajoy, investimento de €23,5 bi no Bankia não agrava crise

O líder do governo espanhol, Mariano Rajoy, tranquilizou os mercados hoje ao afirmar que a injeção recorde de 23,5 bilhões de euros no Bankia não terá efeitos sobre o déficit público, não provocará um resgate internacional do setor bancário espanhol nem complicará a já delicada situação econômica do país. Diante dos rumores de que a Espanha poderia pedir ajuda ao fundo de resgate europeu para salvar os bancos, o premiê admitiu que o país terá dificuldades em se financiar, mas não por causa do resgate do Bankia.

Premiê espanhol Mariano Rajoy diz que salvamento do Bankia, no valor de €23,5 bilhões, não aprofunda crise na zona do euro
Premiê espanhol Mariano Rajoy diz que salvamento do Bankia, no valor de €23,5 bilhões, não aprofunda crise na zona do euro REUTERS/Andrea Comas/Sergio Perez
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Para ele, é a tensão do mercado que complica a missão: "Com um prêmio de risco (excedente que a Espanha deve pagar para se financiar a dez anos em comparação com a Alemanha) a 500 pontos básicos, é muito difícil se financiar". Hoje, este prêmio atingiu um recorde histórico de 509 pontos básicos. Então, Rajoy pediu uma ação por parte da União Europeia para acabar com as dúvidas sobre a moeda única, em um momento em que os mercados exercem forte pressão sobre o país. "Há grandes dúvidas sobre a zona do euro e isso faz com que o prêmio de risco de alguns países esteja alto demais. Por isso, seria muito importante um comunicado claro sobre a irreversibilidade do euro", disse.

Com relação ao déficit público, o chefe do executivo manteve a promessa de reduzi-lo de 8,9% para 5,3% do PIB (Produto Interno Bruto) e garantiu que o financiamento do Bankia "não tem qualquer impacto sobre isso". A intervenção também "não influencia em nada" o prêmio de risco pago pelo país, já que ela, nas palavras de Rajoy, "supõe um exercício de transparência e deve ser vista pelo mercado como tal".

Sobre a dívida, ele preferiu "não partir para as especulações" e disse simplesmente que ainda foi decidido qual será o procedimento do investimento no Bankia. Mas, funcionários do governo declararam que Madri pensa em recapitalizar o Bankia por meio de títulos da dívida soberana, que seriam trocados por ações do banco, num modelo parecido com aquele já aplicado por Alemanha e Irlanda. O método poderia ajudar outros estabelecimentos de crédito enfraquecidos mas, de acordo com economistas, pode fazer a dívida ultrapassar, e muito, a meta de 79,8% do PIB estabelecida pelo governo.

Ações em queda livre
Na abertura da Bolsa de Valores de Madri, os títulos do Bankia despencaram 27%% nesta segunda-feira, após a divulgação, de que o banco receberia o aporte público de 23 bilhões de euros, o maior da história do país. Com isso, as ações do banco começaram a ser negociadas a 1,15 euro. Depois de uma leve alta, impulsionada pelo volume de negociações, as ações recuaram mais 13,06%, por volta das 11h, pelo horário de Brasília. Esta tensão se estabeleceu na sexta-feira passada, quando o conselho administrativo do Bankia pediu uma ajuda ao Estado de 19 bilhões de euros, que serão somados a 4,465 bilhões já investidos para sanear a instituição.

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