Egípcios protestam, insatisfeitos com sentenças de Moubarak e colaboradores
Milhares de egípcios sairam às ruas do Cairo e outras cidades para protestar contra a absolvição de seis altos responsáveis da polícia do país, e da condenação do ex-ditador Hosni Moubarak à prisão perpétua e não à pena de morte pelo assassinato de 850 manifestantes durante a rebelião popular que derrubou o regime, em fevereiro de 2011. As reações da classe política e de defensores de direitos humanos também não demoraram. O candidato da Irmandade Muçulmana no segundo turno das eleições presidenciais, em junho, uniu-se ao povo nas ruas.
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Ao lado da satisfação pela condenação à prisão perpétua de Moubarak, que escapou da pena de morte, as absolvições dos chefes da polícia provocaram uma onda de protestos e indignação geral e levaram milhares de pessoas a manifestar na praça Tahrir, no centro do Cairo, assim como em diversas cidades do Egito.
Em Alexandria, cerca de 5.000 pessoas protestaram;em Ismailiya, no Canal de Suez, 1.500 egípcios reuniram-se revoltados, assim como em Suez, no leste da capital.
Um dos candidatos do segundo turno das eleições presidenciais de 16 e 17 de junho, o islamita Mohammed Morsi, da Irmandade Muçulmana, classificou o processo de farsa e pediu um novo julgamento, avisando, ao mesmo tempo, que seu partido vai organizar um manifestação popular. Outros candidatos eliminados no primeiro turno de 23 e 24 de maio também denunciaram a clemência recebida pela alta hierarquia da polícia que não somente dirigiu as operações que levaram às mortes dos manifestantes, como também sustentou a repressão e a arbitrariedade nos trinta anos de ditadura de Moubarak.
Para a ONG Humans Right Watch, o veredicto de hoje continua a proteger a impunidade do ministério do Interior na violência contra o povo que saiu às ruas para protestar contra o regime.
Os dois filhos de Moubarak, Alaa et Gamal, julgados por corrupção, também foram absolvidos.
Recurso
Juristas e militantes não descartam a possibilidade da sentença de Moubarak ser suavizada ou até mesmo cancelada pela Corte Suprema. O advogado de Hosni Moubarak anuncio que vai recorrer da decisão.
Saúde
A saúde de Hosni Moubarak piorou depois do julgamento. Ele está sob cuidados médicos no Hospital Militar em que está detido desde fevereiro de 2011.
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