Egípcios voltam às ruas para protestar contra veredito do processo Mubarak
Os egípcios voltam às ruas, agora para protestar contra o veredito do processo contra Hosni Mubarak, condenado à prisão perpétua. A procuradoria pedia a pena capital para o ex-presidente, de 84 anos, que governou o Egito com mãos de ferro durante três décadas. Manifestantes também querem punição para seis aliados do ex-líder.
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Na capital Cairo, o epicentro de vários protestos foi a célebre praça Tahir, para onde vários grupos se dirigiam desde o começo da noite de terça-feira. Manifestações também foram realizadas em outras cidades, como Alexandria, no norte, Assiout, no sul, e grandes cidades ao longo do canal de Suez.
O clima é de tensão no país, às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais, marcadas para os dias 16 e 17 de junho. Um dos concorrentes, Ahmad Chafiq, último primeiro-ministro de Mubarak, também está no alvo dos protestos, acusado de ser o candidato dos militares. Chafiq enfrenta Mohammed Morsi, da Irmandade Muçulmana.
A revolta vem crescendo desde o anúncio das sentenças, no sábado, de prisão perpétua para Mubarak e seu ex-ministro do Interior, Habib el Adli, condenados por não terem impedido o massacre de 850 pessoas no início de 2011. Elas foram mortas pela repressão em manifestações a favor de mudanças do regime. No entanto, seis chefes de sua violenta força policial foram absolvidos. A população também contesta a falta de condenação por corrupção contra Mubarak e seus dois filhos, Alaa e Gamal, que também estão presos.
Paralelamente a essas novas manifestações, o estado de saúde de Hosni Mubarak está deteriorando, segundo a agência oficial de imprensa Mena. No sábado, o ex-presidente sofreu um mal-estar ao chegar na prisão de Tora, no Cairo, e foi internado na ala médica do estabelecimento.
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