Queda do preço do petróleo preocupa Opep
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo, a Opep, deve divulgar nesta terça-feira um relatório sobre a produção de seus países membros e prepara para esta quinta-feira uma reunião em Viena para decidir se mantém a cota de produção em 30 milhões de barris por dia. A queda, de mais de 20% do preço do barril nos últimos dois meses preocupa a Opep.
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O preço do barril do petróleo fechou ontem estável a 99,37dólares. Nos últimos dois meses o preço caiu mais de 20%. A crise na zona euro e o desaquecimento da economia, principalmente na China e nos Estados Unidos, diminuíram a demanda de petróleo mundial nos últimos meses.
Os países do Golfo Pérsico, todos grandes exportadores de petróleo, estão preocupados com a queda, já que acreditam que um barril de petróleo não deve custar menos de 100 dólares. Mesmo assim, eles descartam diminuir a produção neste momento. Em julho começa o embargo ao petróleo iraniano na Europa. Os países do Golfo também estão pendentes das eleições na Grécia neste domingo e com a possibilidade de que a Grécia seja o primeiro país a deixar a zona euro.
Já o presidente da Opep no Irã, Mohammad Ali Khatibi, acusa a Arábia Saudita, o Kuwait e os Emirados Árabes de terem aumentado suas produções, violando assim as normas da Opep.
Em dezembro a Organização estipulou que os 12 países membros deveriam produzir 30 milhões de barris por dia, mas não determinou cotas. Estima-se que hoje os membros da Opep estejam produzindo 2 milhões a mais de barris por dia.
O ministro do petróleo do Iraque, Abdul Kareem Al Luaibi, também afirmou que há uma enorme oferta de petróleo no mercado e que isso se deve ao fato de que as normas da Opep não estão sendo respeitadas.
No começo deste ano, o presidente Barack Obama pediu à Arábia Saudita que aumentasse sua produção de petróleo para conter a alta do barril que chegou a 128 dólares em março. A medida teria por objetivo alavancar a economia e diminuir o preço do combustível em ano eleitoral nos Estados Unidos.
Caso a Opep não diminua a produção será a primeira vez que o órgão não intervém diante de uma queda brusca do preço do petróleo.
Karina Hermesindo correspondente da Rádio França Internacional em Abu Dhabi.
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