Para a imprensa, os europeus ainda não sabem como resolver a crise das dívidas

Os jornais franceses desta quinta-feira, 28 de junho, chegaram às bancas com manchetes sobre as divergências que separam França e Alemanha para superar a crise na zona do euro.

Bandeiras das nações europeias em frente ao Parlamento, em Bruxelas. Reuters/François Lenoir

O diário econômico Les Echos destaca que Angela Merkel descarta as soluções chamadas de "fáceis" apresentadas pelo presidente François Hollande. O governo conservador alemão continua exigindo a adoção de reformas estruturais nos países da zona do euro, enquanto o socialista Hollande quer convencer os parceiros sobre a necessidade de uma ação rápida dos fundos de resgate financeiro para salvar as economias periféricas do bloco.

O diário conservador Le Figaro, que costuma ser crítico às propostas da esquerda, estima que Merkel e Hollande compartilham uma visão comum sobre a necessidade de maior integração europeia. O jornal revela que diante da intransigência de Merkel, o chefe de Estado francês teve de recuar sobre a criação dos eurobônus, que serão estudados como uma solução para as dívidas a médio prazo.

Uma pesquisa realizada pelo instituto Ifop-Fiducial para o Le Figaro revela que as populações das três maiores economias do bloco depois da Alemanha - França, Itália e Espanha - têm a mesma impressão sobre a crise. Todos empobreceram com o euro, à exceção dos alemães.

O diário católico La Croix questiona em manchete: mudar a Europa, mas como? A única ideia de consenso é a necessidade de maior integração, escreve o jornal.

O Les Echos diz que os europeus estão perdidos entre as decisões de curto prazo e as de longo prazo a serem tomadas. O problema das dívidas soberanas é de longe o mais urgente e o mais difícil de resolver. Espanha e Itália querem que os fundos de resgate financeiro comprem seus títulos da dívida no mercado secundário, para baixar a pressão sobre os juros, mas ainda não há consenso entre os 27.