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Imprensa destaca papel do "diretor de voo" na queda do AF447

A imprensa francesa avalia hoje os resultados do relatório final sobre a catástrofe do voo AF447 da Air France, na rota Rio-Paris, publicado ontem pelo escritório francês de investigação para a aviação civil (BEA).

Resgate de pedaços da carcaça do Airbus da Air France no oceano Atlântico, no dia 8 de junho de 2009.
Resgate de pedaços da carcaça do Airbus da Air France no oceano Atlântico, no dia 8 de junho de 2009. Reuters
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O diário Les Echos dá destaque às conclusões das investigações do BEA em primeira página, considerando que um novo elemento técnico importante foi revelado pelo relatório: a tripulação do Airbus A330 seguiu as instruções de um equipamento eletrônico, o diretor de voo, que continuou funcionando de forma intermitente e induziu os pilotos a erro.

Como revelou o relatório do BEA, os pilotos da Air France não entenderam o que aconteceu na cabine de comando. As sondas de medição de velocidade (Pitot) congelaram, o piloto automático desligou; na tentativa de estabilizar o avião, o piloto empinou o nariz da aeronave, porém a uma altitude muito elevada, o que levou à perda de sustentação, fato que a tripulação não percebeu. O BEA assinala que os pilotos continuaram a obedecer as ordens emitidas pelo diretor de voo, que mandava empinar o avião, uma manobra que se revelou fatal, destaca o Les Echos.

Libération ouviu as famílias das vítimas que estimam que o BEA carregou na responsabilização dos pilotos, mais do que nas falhas técnicas do Airbus A330, também constantes no documento. Familiares de vítimas francesas declararam que o relatório judicial que será divulgado no dia 10 é bem mais imparcial. Nesse domumento, que já vazou para a imprensa, os peritos criticam as autoridades de segurança aérea europeias que não impuseram a troca das sondas de velocidade, quando vários incidentes de congelamento das sondas Pitot já haviam sido notificados desde 2004 e esta foi a falha que deflagrou a sequência de panes na trágica queda do avião.

No diário Le Figaro, o presidente de uma das associações de vitimas, Robert Soulas, diz que o relatório do BEA não trouxe à tona nenhuma nova revelação. Soulas diz ter ficado decepcionado com a falta de críticas à ergonomia do Airbus no relatório e acrescenta que até hoje os familiares não conseguem aceitar a incompreensão dos pilotos diante dos incidentes técnicos ocorridos no cockpit.

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