Combates são travados em dois bairros cristãos de Damasco

Pela primeira vez desde o início da rebelião na Síria, rebeldes e forças do governo do presidente Bashar Al-Assad se enfrentam em dois bairros cristãos na capital Damasco. Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), as batalhas começaram durante a madrugada desta quarta-feira em Bab Touma e Bab Charqi.

Mulher síria passa em frente a muro destruído por bombardeios em Damasco nesta quarta-feira. REUTERS/Omar al-Khani

Bab Touma e Bab Charqi são dois tradicionais bairros cristãos no centro antigo de Damasco, um local frequentado por turistas e palco de manifestações pró-Assad.

“São combates inéditos. Eles acontecem em regiões onde os rebeldes não tinham acesso até hoje”, disse o presidente do OSDH, Rami Abdel Rahmane. Segundo ele, até o momento, há registro da morte de um soldado sírio.

Nos bairros de Tadamoun e Kafar Soussé, no sul da capital, também foram registrados trocas de tiros entre rebeldes e soldados sírios.  "Tiros e explosões são ouvidos de maneira intermitente por todo o sul de Damasco", indicou um jornalista da AFP.

Embora os combates nos bairros cristãos da capital tenham sido registrados nesta quarta-feira, a rebelião havia se acalmado nesta região. Desde o dia 20 de julho, as batalhas concentram-se em Aleppo, a segunda maior cidade do país e o principal centro econômico da Síria. Reforços das forças de Assad estão sendo constantemente enviados a Aleppo para “uma ação decisiva que deve durar semanas”, de acordo com uma fonte do governo do país.

Na terça, o conflito resultou em 124 vítimas, entre eles 35 civis, 62 soldados e 27 rebeldes. Segundo o OSDH, a metade das mortes aconteceu em Aleppo.

Batalha "crucial"

Na manhã desta quarta-feira, Assad declarou que o exército sírio promovia uma batalha "crucial" para o destino do país. O discurso foi publicado pela agência de notícias Sana. "O inimigo se encontra hoje entre nós, utilizando agentes interiores para desestabilizar a pátria, a segurança do cidadão e para esgotar nossos recursos econômicos e científicos", disse.