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Massacre/Noruega

Ataques de Breivik poderiam ter sido evitados, diz comissão

Uma comissão independente anunciou nesta segunda-feira que o massacre promovido pelo extremista da direita Anders Behring Breivik, o norueguês de 33 anos que matou 77 pessoas em Oslo e na ilha de Utoeya no ano passado, poderia ter sido evitado. A informação consta de um relatório divulgado nesta segunda-feira e enviado ao primeiro-ministro da Noruega, Jens Stoltenberg.

Anders Breivik provoca o público ao fazer uma saudação nazista na abertura de seu julgamento em Oslo, em abril.
Anders Breivik provoca o público ao fazer uma saudação nazista na abertura de seu julgamento em Oslo, em abril. REUTERS/Heiko Junge/Pool
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O documento tem cerca de 500 páginas e foi redigido por um grupo de dez pessoas responsáveis por tirar conclusões sobre a tragédia. “O ataque de 22 de julho na região dos ministérios poderia ter sido evitado com a aplicação efetiva de medidas de segurança existentes. Uma intervenção da polícia era realmente possível. O autor do massacre poderia ter sido interpelado mais cedo”, relata.

No dia 22 de julho de 2011, o extremista de direita Anders Behring Breivik promoveu a explosão de uma bomba próximo à sede do governo de Olso, causando oito mortos. Na sequência, ele abriu fogo contra um acampamento de verão de jovens trabalhistas na ilha de Utoeya matando outras 69 pessoas.

A polícia norueguesa foi extremamente criticada por sua demora para agir: cerca de 35 minutos foram registrados desde a chegada da primeira patrulha às margens do lago e o momento em que as forças de segurança desembarcaram na ilha, a 600 metros. No total, mais de três horas passaram entre o atentado de Oslo e a prisão de Breivik na ilha. “A gestão do tempo na primeira fase de intervenção da polícia é inaceitável”, ressaltou a presidente da comissão, Alexandra Bech Gjoerv.

Outra crítica da comissão foi lentidão burocrática do país. A rua que abriga a sede do governo norueguês já deveria estar fechada para o tráfego desde 2004. Foi neste local que Breivik estacionou sua caminhonete que transportava uma bomba de 950 quilos.

Legítima defesa

O processo de julgamento por “atos de terrorismo” do autor dos massacres começou em abril e terminou em junho deste ano, marcado por declarações  e atos polêmicos de Breivik, que reconheceu que faria tudo de novo e disse ter agido em legítima defesa.

Durante depoimento, ele afirmou que passar a vida na prisão ou morrer por seu povo seria uma grande honra. Diante do juiz e livre das algemas, Breivik chegou a fazer uma saudação de extrema-direita com o braço estendido que, como explica seu manifesto publicado na internet, é um gesto “de força, honra e desafio aos tiranos marxistas na Europa”.

A defesa do atirador insistiu para que ele seja reconhecido mentalmente são e responsável do ponto de vista penal, a fim de evitar um internamento psiquiátrico, mas também pediu a pena "mais clemente possível". O veredito deve sair no dia 24 de agosto.
 

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