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África do Sul/ Violência

Polícia sul-africana abre fogo contra mineiros grevistas

Vários mineiros grevistas foram mortos nesta quinta-feira em violentos confrontos com a polícia na mina de platina de Marikana, em Rustenburg, na África do Sul, a 100 km de Johanesburgo. Os mineiros pedem um aumento de salário e reclamam das condições de trabalho. A violência gerada pelo conflito social já causou 10 mortes.

Policiais recolhem pedaços de pau usados como armas pelos mineiros. A polícia atirou e matou nesta quinta-feira (16) vários mineiros que faziam greve por melhores salários em Marikana.
Policiais recolhem pedaços de pau usados como armas pelos mineiros. A polícia atirou e matou nesta quinta-feira (16) vários mineiros que faziam greve por melhores salários em Marikana. REUTERS
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O porta-voz do ministério da Polícia da África do Sul, Zweli Mnisi, confirmou que “pessoas perderam a vida”. Esta foi a primeira fonte oficial a falar em mortos, sem dizer, no entanto, o número de vítimas. Segundo a agência sul-africana Sapa, 18 pessoas morreram, mas o número não é oficial.

“O ministério considera que, tendo em conta a volatilidade da situação, a polícia fez o melhor”, indicou Mnisi em um comunicado, precisando que o ministério tinha a intenção de pedir a abertura de uma investigação sobre os incidentes na mina, afirmando que o caso “não deveria acontecer em uma democracia”. Mas alegou que os grevistas estavam armados e que “atacavam e matavam uns aos outros”.

Segundo testemunhas, o tiroteio foi rápido, mas intenso. A polícia teria respondido aos tiros dos grevistas, mas as imagens mostram os policiais atirando em direção aos manifetantes.

Na quinta-feira de manhã, centenas de homens se reuniram no exterior da mina explorada pela empresa Lonmin. Eles estavam armados com pedaços de pau e barras de ferro. Durante o dia, a direção da mina ordenou aos manifestantes que retonassem ao trabalho na sexta-feira, os ameaçando de demissão.

Como os trabalhadores se recusaram a se dispersar, a polícia atirou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Segundo testemunhas, os mineiros teriam respondido com armas de fogo.

Gillian Findlay, porta-voz de Lonmin, a empresa que explora a platina em Marikana, se recusou a fazer comentários. “É realmente uma operação da polícia, são eles que devem comentar”, afirmou. O conflito, que começou no domingo, já fez 10 mortos.

Reivindicações

Centenas de mineiros começaram uma greve encorajados por um pequeno sindicato, o AMCU, pedindo 12.500 rands (3.119 reais) por mês, contra os 4.000 rands (999 reais) que ganham atualmente. Os confrontos começaram entre membros de dois sindicatos, o NUM e o AMCU, o segundo formado por dissidentes do primeiro.

Os mineiros afirmam que são explorados e que não são apoiados pelos sindicatos e pelo governo. Eles moram em casebres próximos à mina, sem água.
 

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