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Brasil / Crescimento

Jornal econômico Les Echos comenta novo plano brasileiro de infraestrutura

O jornal especializado em economia Les Echos traz nesta sexta-feira uma reportagem sobre o plano de investimento no valor de € 50 bilhões apresentado pelo Brasil nesta semana para modernizar sua infraestrutura terrestre e relançar o crescimento. Além disso, os principais jornais franceses continuam o debate sobre como o governo de François Hollande deve lidar com a questão dos acampamentos ilegais de ciganos no país.

A presidente brasileira Dilma Rousseff, que apresentou nesta semana o novo pacote de infraestrutura do governo federal.
A presidente brasileira Dilma Rousseff, que apresentou nesta semana o novo pacote de infraestrutura do governo federal. DR
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O diário econômico Les Echos aponta que nas últimas décadas a logística se tornou o "calcanhar de Aquiles" do Brasil, devido a uma "falta crônica de investimento e a repetidos escândalos de corrupção. Essas deficiências custam caro às empresas em termos de competitividade".

O jornal afirma que o programa de concessões e parcerias entre os setores público e privado apresentado pela presidente Dilma Rousseff provocou o entusiasmo dos empresários brasileiros, mas lembra que outros grandes planos do mesmo tipo elaborados pelo governo brasileiro em clima de euforia, como o PAC, acabaram não dando os resultados esperados.

Ciganos

Le Figaro dedica sua manchete à dificuldade do novo governo francês em lidar com a situação dos ciganos no país. O jornal conservador afirma que a esquerda no poder continua com a mesma política de destruição de acampamentos e expulsão que ela tanto criticava durante o governo de Nicolas de Sarkozy.

Diante das críticas dentro de seu próprio campo, o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault convocou para a próxima semana uma reunião interministerial a fim de encontrar soluções que não sejam "repressoras" aos acampamentos ilegais de pessoas da etnia Rom na França. O objetivo seria facilitar o acesso deles à moradia e ao trabalho. Uma política que Le Figaro condena em seu editorial, porque "encorajaria a vinda deles em massa" e "criaria uma discriminação em relação aos imigrantes em situação regular".

Para o jornal, a melhor estratégia seria pressionar a Romênia e a Bulgária, os países de origem dos ciganos, que não estariam assumindo suas responsabilidades, e monitorar melhor o uso das verbas da União Europeia destinadas a promover a integração da minoria cigana. Estima-se que existam hoje 12 milhões de ciganos na Europa.

Já o progressista Libération publica nesta sexta-feira um artigo assinado por Cécile Douflot, ministra ecologista encarregada das questões de moradia. Ela defende que a proteção dos ciganos é uma obrigação europeia, pois eles são discriminados em seus países de origem.

A ministra afirma que estigmatizar e expulsar os ciganos, como fez o governo precedente, "é não somente vergonhoso mas também pouco eficiente". Ela lista as medidas que seu ministério está adotando e defende a construção de uma política a longo prazo para permitir que os ciganos vivam em condições dignas na França.

Libération também publica um texto de Saimir Mile, presidente de uma associação de defesa dos direitos dos ciganos. Ele critica os mecanismos de integração adotados pelo governo até agora e pede novas iniciativas que valorizem o potencial da população cigana e permitam que ela se integre de maneira ativa na sociedade francesa. Cerca de 15 mil pessoas de etnia Rom vivem atualmente na França, e 90% delas são provenientes da Romênia ou da Bulgária.

 

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