Pesqueiro com 100 imigrantes ilegais naufraga na costa italiana
O naufrágio de um barco de imigrantes próximo à ilha de Lampedusa, na Sicília, matou uma pessoa e deixou entre 40 e 50 desaparecidas. A guarda-costeira italiana conseguiu salvar 56 pessoas, entre eles uma mulher. De acordo com o comandante da guarda, Filippo Marini, os resgatados estavam próximos ou sobre a ilhota de Lampione. Todos estão em boas condições de saúde, ainda que alguns tenham sofrido hipotermia por conta do tempo passado na água.
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Não é possível saber ao certo quantas pessoas estão desaparecidas, mas sobreviventes afirmam que havia cerca de 100 pessoas a bordo quando a embarcação partiu da Tunísia. Lanchas da guarda-costeira e da polícia financeira, helicópteros e três equipes da Otan - uma italiana, uma alemã e uma turca - participam das buscas. Embarcações privadas e de centros de mergulho da região também foram convocadas para os trabalhos.
Foi um dos passageiros que avisou as autoridades que o pesqueiro de dez metros estava afundando, a 22 quilômetros de Lampedusa. O alerta foi feito a partir de um telefone celular, por volta das 16h de quinta-feira (11h em Brasília). No início da madrugada, os primeiros náufragos foram retirados do mar pelas lanchas da guarda-costeira.
Crime sem culpado
Até agora, não se sabe o motivo do acidente, mas as autoridades trabalham com duas hipóteses: ou o barco foi inundado e afundou rapidamente ou - hipótese menos provável - o comandante fez uma meia-volta brusca para tentar retornar à Tunísia. A promotoria pública de Agrigento, na Sicília, abriu um inquérito de "homicídio e incitação à imigração clandestina" contra os intermediários (os responsáveis pelo recrutamento e o transporte dos imigrantes).
No entanto, para a porta-voz do alto comissariado da ONU para os refugiados na Itália, Laura Boldrini, procurar intermediários é um esforço vão. "Hoje em dia, os migrantes se organizam e levam o barco por conta própria. Trata-se, frequentemente, de gente que não tem nenhum conhecimento marítimo", disse.
Lampedusa, uma ilha de 20km² localizada a menos de 100 km da costa norte-africana é a principal porta de entrada da União Europeia para imigrantes de países como a Tunísia, a Líbia e o Egito.
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