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França

François Hollande promete equilibrar as contas e tirar França da crise em dois anos

O presidente francês, François Hollande, participou no domingo à noite de uma entrevista no telejornal do horário nobre do canal TF1, um dos mais assistidos da França. Com a popularidade em baixa nas pesquisas de opinião, Hollande disse que o governo trabalha em ritmo acelerado para tirar a França da crise.

O presidente francês, François Hollande, durante entrevista no jornal do canal TF1.
O presidente francês, François Hollande, durante entrevista no jornal do canal TF1. Reprodução
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Na participação de quase trinta minutos, Hollande prometeu que, em dois anos vai estabilizar as contas públicas e melhorar a situação do mercado de trabalho que hoje soma 3 milhões de desempregados na França. Além dos contratos subsidiados pelo Estado para jovens sem qualificação profissional, Hollande também disse que vai estabelecer diálogo com patrões e representantes sindicais para tentar evitar os planos de demissão em massa anunciados por várias empresas francesas. Até o final do ano, prometeu, a agenda para tratar do problema do emrpego na França estará em operação.

Ao ser questionado sobre a margem de manobra do Estado para estimular a economia, Hollande disse que o governo já trabalha com a hipótese de uma taxa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 0,8%, uma estimativa abaixo da previsão anterior que projetava 1% de crescimento neste ano.

Para Hollande, a receita para sair da crise é aliar disciplina com políticas para estimular o crescimento. O presidente evitou usar a palavra austeridade, mas anunciou cortes de 10 bilhões de euros nos gastos do governo e disse que, em 2013, o governo francês não vai gastar "nem um euro a mais que em 2012".

Mas o esforço terá que vir de todos os setores da sociedade. Hollande explicou que dos 30 bilhões de euros necessários para fechar o Orçamento de 2013, além dos 10 bilhões economizados pelo governo, 20 bilhões de euros virão das famílias e das empresas por meio ad elevação de tributos. Ele reiterou que rendimentos acima de 1 milhão de euros serão taxados em 75% pelo prazo necessário para sair da crise. Segundo o presidente, em tempos de difíceis, é preciso apelar para o "patriotismo".

O presidente francês reconheceu que os quatro primeiros meses do seu mandato ainda não foram suficientes para responder a todas às angústias da população francesa e a todos os problemas. Muitos deles, alfinetou, herdados do ex-presidente Nicolas Sarkozy.

"Não posso fazer em quatro meses o que meus antecessores não fizeram em cincou ou 10 anos". Hollande, declarou, porém, que não pretende apenas ficar culpando os outros pelos erros do passado. “O passado conta, mas estou comprometido com o futuro”.

Insegurança

Além dos problemas econômicos, o presidente também foi sabatinado sobre os problemas de segurança na França, especialmente o problema de tráfico de drogas em alguns bairros de Marselha, no sul do país, e a expulsão dos ciganos que ocupam acampamentos ilegais em diversas cidades francesas.

Hollande defendeu o desmantelamento dos acampamentos comandados pelo ministro do Interior, Manuel Valls, mas disse que é preciso atacar a "raiz do problema". Ou seja, a crise econômica na Romênia e os problemas de integração da população cogana no seu próprio país de origem. Para Hollande, destruir acampamentos "insalubres" é uma questão de dignidade e de respeito da lei, mas afirmou que o governo francês se compromete a não deixar essa população à deriva.
 

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