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Imprensa

Imprensa destaca divergências crescentes na cúpula do governo socialista francês

Os jornais desta segunda-feira, 15 de outubro, destacam o clima de desentendimento entre o presidente François Hollande e o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault. "O amor dura seis meses", constata o Libération, explicando que apesar da compreensão e da admiração mútua entre os dois dirigentes, e uma amizade de 15 anos, a lua de mel na cúpula do governo acabou.

Capa do jornal francês Libération desta segunda-feira, (15)
Capa do jornal francês Libération desta segunda-feira, (15) liberation.fr
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A falta de carisma e de reatividade de Ayrault deixa Hollande irritado, segundo assessores do Palácio do Eliseu ouvidos pelo jornal, enquanto no campo do primeiro-ministro a queixa é de que o presidente age por conta própria, sem consultar o chefe de governo nas decisões importantes. Depois de terem formado uma dupla imbatível de oposição durante 15 anos na Assembleia Nacional, Ayrault não consegue ganhar autonomia em relação a Hollande pela própria contradição do sistema presidencial francês, que tende a esvaziar o papel do primeiro-ministro.

A imprensa é unânime em destacar a lealdade do premiê, razão da escolha de Hollande, mas a gravidade da crise econômica na França e a impaciência dos franceses em ver a luz no fim do túnel demonstra que só a lealdade não basta.

O jornal Aujourd'hui en France afirma que Ayrault não consegue se impor no governo e tem sua autoridade questionada. Vários ministros, como o midiático titular do Interior, Manuel Valls, ocupam mais espaço e inspiram mais confiança e admiração do que o premiê de temperamento reservado. Aujourd'hui en France indaga se existe apenas um problema de visibilidade política ou um mal-estar mais profundo.

Enquanto isso, o conservador Le Figaro aproveita para bater no governo. Em manchete, Laurence Parisot, a presidente da maior entidade patronal francesa, afirma que a situação econômica do país é gravíssima. A tempestade está virando furacão, adverte Parisot, prevendo um recorde de falências no país. Ela lamenta que o governo Ayrault esteja desistindo de aplicar um programa de choque de 40 bilhões de euros de redução do custo do trabalho na França, de forma a estimular a competitividade das empresas francesas.

As dúvidas sobre a eficácia da política econômica do governo são tão intensas que economistas já estão comprando espaço pago nos jornais para orientar as decisões do governo, como acontece nesta segunda no Le Figaro.
 

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