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Imprensa

Polêmica sobre descriminalização da maconha gera mal-estar no governo francês

O ministro francês da Educação, Vincent Peillon, provocou uma polêmica ao propor um debate sobre a descriminalização da maconha durante uma entrevista de rádio. Peillon declarou que a medoda poderia ajudar a combater o tráfico de drogas, mas a sua declaração gerou mal-estar no governo do primeiro-ministro, Jean-Marc Ayrault.  

O ministro da Educação da França Vincent Peillon.
O ministro da Educação da França Vincent Peillon. (Blog V.Peillon)
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Para a imprensa francesa, essa é mais uma gafe dos socialistas no poder. O ministro Peillon, aliás, tem colecionado declarações apressadas desde que assumiu a pasta e depois é obrigado a corrigi-las, apontam os jornais. Le Figaro critica duramente as declarações do ministro Peillon. Para o jornal conservador, o governo é uma "casa da mãe Joana" na qual cada um diz o que quer. Para o diário, o primeiro-ministro e o presidente François Hollande devem por ordem na casa e controlar as gafes dos ministros.

O Libération também dá destaque para os argumentos da oposição que não pouparam o ministro. Jean-François Coppé, líder do partido UMP, disse que o ministro da Educação cometeu um "erro político e moral extremamente grave". Outros nomes próximos do ex-presidente Nicolas Sarkozy também avaliaram que abrir um debate sobre a descriminalização da maconha seria inoportuno.

O jornal, porém, contextualiza a questão das drogas na França, lembrando que 13,4 milhões de franceses já fumaram maconha pelo menos uma vez na vida e, entre os jovens de 17 anos, 3% disseram fumar maconha frequentemente. Outro dado levantado pelo jornal revela que o tráfico de drogas da França movimenta anualmente algo em torno de 1 bilhão de euros (R$ 2,6 bilhões).

O jornal católico La Croix, em editorial publicado na capa, é taxativo: o consumo de maconha é proibido na França e a sua descriminalização poderia levar os traficantes a investirem na comercialização de drogas mais pesadas. O jornal sublinha também que Peillon foi forçado pelo premiê francês a recuar nas suas declarações e a dizer que elas eram de caráter meramente pessoal. Na avaliação do jornal,  propor esse tipo de debate agora serviria apenas para desviar a atenção dos políticos dos verdadeiros problemas como a crise econômica e o desemprego.

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