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Guerrilha

Governo colombiano e FARC chegam a Oslo para negociar a paz

As delegações do governo colombiano e das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) chegam nesta quarta-feira a Oslo, na Noruega, para iniciar as discussões que podem encerrar um conflito de quase meio século. As conversas de hoje devem abordar aspectos logísticos e preparar o lançamento oficial do processo de paz, a ser anunciado em coletiva de imprensa na quinta-feira, dia 18. Ao lado de Cuba, apoiada por Venezuela e Chile, a Noruega exerce o papel de mediadora.

Humberto de la Calle, Sergio Jaramillo, e Frank Pearl embarcam para Oslo
Humberto de la Calle, Sergio Jaramillo, e Frank Pearl embarcam para Oslo REUTERS/John Vizcaino/ Flickr-FARC
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Esta rodada preliminar acontecerá a portas fechadas em local não divulgado, próximo a Oslo. A ordem do dia deve introduzir os cinco pontos ao redor dos quais se concentra o diálogo: o problema agrário, a atuação política do grupo guerrilheiro, sua relação com o tráfico de drogas, a situação das vítimas do conflito e o próprio fim das hostilidades. Também nesta quarta-feira, as partes devem preparar as reuniões de Havana, que devem acontecer na volta da rodada norueguesa.

Se esta primeira etapa conseguir estabelecer as bases do diálogo, será lançada a segunda fase, cujo principal objetivo é encerrar o conflito armado. "Trata-se de trabalhar com a realidade, não somente com a retórica", declarou o chefe da delegação do governo colombiano, Humberto de la Calle. "O objetivo é dar conta dos principais pontos da agenda".

O primeiro obstáculo para as negociações deve ser o fato de que Bogotá não acatou um pedido de cessar-fogo feito pela guerrilha, enquanto acontecem as reuniões de Oslo. Caso as partes consigam negociar o fim do conflito armado, inicia-se a terceira etapa, que trata da aplicação das medidas acordadas. De la Calle disse encarar o encontro "com esperança e otimismo moderado".

As negociações começam com um dia de atraso por conta de problemas logísticos com as viagens das duas delegações.

As delegações
Além de De la Calle, a equipe governamental conta com o comissário para a paz Sergio Jaramillo, o ex-ministro do Meio Ambiente Frank Pearl, o industrial Luis Carlos Villegas e os generais da reserva Jorge Mora (exército) e Oscar Naranjo (polícia).

A delegação guerrilheira, chefiada pelo número dois das FARC, Iván Márquez, leva os comandantes Rodrigo Granda, Andrés París e Marco Calcará. Simón Trinidad, também designado como delegado principal, cumpre pena de 60 anos de prisão nos Estados Unidos e não há informações sobre sua participação. Timoleón Jimenez, líder da guerrilha, não viajou, mas declarou à imprensa colombiana que as FARC vão a Oslo "com a emoção de dar um passo contundente em direção ao diálogo".

De acordo com dados governamentais, desde que o conflito começou, há 48 anos, cerca de 600 mil pessoas morreram, vítimas de diversos grupos armados. Além das FARC, atua na Colômbia o grupo guevarista Exército de Liberação Nacional, com cerca de 2,5 mil integrantes.
 

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