Presidente egípcio comemora a adoção da nova Constituição do país

O presidente egípcio Mohamed Mursi comemorou hoje a adoção da nova Constituição do país, de linha islamita, e anunciou reformas no governo para responder aos desafios econômicos do Egito. Ele se pronunciou nesta quarta-feira à noite em um discurso oficial transmitido pela televisão estatal egípcia.

Polícia egípcia faz a segurança da Corte Constitucional do país diante de uma faixa com a foto do presidente Mohamed Mursi no último dia 23 de dezembro. REUTERS/Khaled Abdullah

Mursi disse que fará todos os esforços possíveis para apoiar a economia egípcia que, segundo ele, "enfrenta enormes desafios, mas tem grandes chances de crescimento". O presidente também garantiu que vem conversando com o primeiro-ministro Hicham Qandil sobre "revisões ministerais necessárias".

A nova Constituição do Egito passou a vigorar como lei básica do país, após ter sido aprovada em referendo popular nos últimos dias 15 e 22 e dezembro e sancionada por Mursi. Para ele, a adoção da nova Carta "reflete a livre vontade dos egípcios" e o "espírito da Revolução de 25 de janeiro", fazendo referência ao movimento que depôs o ex-ditador Hosni Mubarak no início de 2011.

Segundo Mursi, o texto da nova Constituição se baseia no “direito à cidadania, sem discriminação” e consagra “a liberdade de opinião, de criação e de valores". O chefe de Estado reconheceu ter tomado "decisões difíceis" para ter o novo texto aprovado, mas prometeu ao país "uma nova era, com mais estabilidade e segurança".

Os resultados da apuração da votação do referendo, divulgados na terça-feira, mostraram que 63,8% dos egípicios aprovaram a Constituição, mas apenas 32,9% dos 52 milhões de eleitores do país votaram. Além disso, diversas ONGs egípcias denunciaram irregularidades no referendo.

Contra a decisão de Mursi de adotar uma nova Constituição, milhares de manifestantes tomaram conta das ruas da capital Cairo e outras cidades do país nas últimas semanas, onde foram registrados violentos confrontos entre manifestantes e a polícia.