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Índia

Família de jovem estuprada na Índia pede pena de morte para agressores

A família da estudante indiana vítima de um estupro coletivo na Índia em meados de dezembro pediu a pena de morte para os agressores. Em entrevista ao jornal "Indian Express", o pai da jovem de 23 anos diz que espera pelo enforcamento dos culpados.

"Não ao estupro", diz cartaz de protesto contra a agressão sexual sofrida por jovem indiana em dezembro.
"Não ao estupro", diz cartaz de protesto contra a agressão sexual sofrida por jovem indiana em dezembro. REUTERS/Amit Dave
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A adoção da pena capital é prevista na lei indiana, mas é raramente aplicada. A família da jovem de 23 anos, que morreu por causa das agressões sofridas durante o estupro, declarou que vai lutar até o fim pela pena de morte. "Nossa luta apenas começou. Queremos que todos os acusados sejam enforcados e vamos lutar por isso", disse o pai da jovem ao jornal. Ainda muito abalado com a morte trágica da filha ele declarou: "É muito doloroso. Não consegui ver o seu quarto novamente. Ela nasceu nessa casa. Seus livros, suas roupas, tudo está aqui", lamentou. A estudante e a sua família viviam num apartamento na periferia de Nova Déhli.

Segundo a polícia indiana, a investigação do caso já foi concluída e agora espera, apenas, pelo laudo da autópsia realizada em Cingapura onde a jovem foi hospotalizada após os graves ferimentos.

A estudante indiana e seu noivo voltavam do cinema e pegaram um ôninus no qual a estudante foi estuprada por seis homens, espancada e agredida com uma barra de ferro. O namorado  também foi atacado e os dois foram jogados do ônibus em movimento.

A estudante indiana não resistiu aos ferimentos e foi cremada ontem, conforme rito hundu, em Nova Déhli após ter morrido no sábado. Ela e o noivo estavam de casamento marcado para fevereiro.

A ONG Human Rights Watch aproveitou a repercussão mundial do caso para alerter para o desprezo das autoridades indianas em relação às vítimas de agressões sexuais. Segundo a organização, para denunciar um estupro, mulheres passam por várias situações constrangedores, enorme burocracia e humilhações por parte de médicos e policiais. Na maioria das vezes, as vítimas acabam desistindo e os agressores ficam impunes. 

Reação da ONU
A alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, reagiu ao pedido de pena de morte por parte da família da estudante. Em comunicado, Pillay fez um apelo para que a Índia debata amplamente a questão, mas sublinhou que a "pena de morte não é a solução".

Ela expressou suas "profundas condolências" diante deste "crime terrível", mas se disse preocupada com a "escalada de protestos e pedidos pela pena de morte". Ela espera que, com um "debate de urgência", este "terrível caso marcará uma virada" no país, principalmente no que tange o combate aos crimes sexuais.

"Em outubro, uma menina de 16 anos ateou fogo ao próprio corpo depois de ter sido estuprada em Haryana, um estado onde detectamos níveis alarmantes de violência sexual", escreve Pillay. "Trata-se de um problema nacional que afeta mulheres de todas as classes e castas e que requer soluções nacionais".

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