Acesso ao principal conteúdo
Venezuela

Apreensão toma conta de Caracas em dia que seria posse de Chávez

A população venezuelana vive momentos de apreensão em relação ao que poderá acontecer ao longo do dia. De acordo com a Constituição, a posse do presidente Hugo Chávez ocorreria nesta quinta-feira (10), mas há um mês o socialista está internado em Cuba após passar por uma delicada cirurgia. Por decisão do Supremo Tribunal de Justiça, ele poderá tomar posse quando retornar à Venezuela, numa data ainda não definida. Desde que pediu permissão à Assembleia Nacional para se ausentar do país, o presidente não reapareceu em público, o que alimenta os boatos sobre sua condição física.

"Sou Chávez de coração", diz grafite estampado em muro de Caracas
"Sou Chávez de coração", diz grafite estampado em muro de Caracas REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Publicidade

Elianah Jorge, correspondente da Rádio França Internacional em Caracas

Muitas pessoas preferiram faltar ao trabalho e não levar os filhos ao colégio, com medo da reação popular. Caracas, a capital venezuelana, é dividida por uma linha imaginária na qual o setor Oeste é dominado por seguidores de Hugo Chávez e o lado Leste, pela oposição. Ambos os grupos agendaram concentrações de apoio e repúdio à decisão inédita tomada pelo STJ. Os que estão com o presidente irão para a sede do Poder Executivo, o Palácio do Miraflores. Já os opositores vão se concentrar na Praça Altamira. Embora a distância entre os locais seja de mais de dez quilômetros, há receio de que os grupos se encontrem.

“Não queremos derramamento de sangue. Nós, venezuelanos, queremos a paz. Só temos a perder se entrarmos em conflito”, afirmou o veterinário Denis Osuna.

Na noite de ontem o canal de TV Globovisión, o único de oposição em todo o país, recebeu uma sanção por parte da Conatel, a Comissão Nacional de Telecomunicações da Venezuela, organismo do Estado que regula todo os canais do país, sob a justificativa de que este meio violou a Lei de Responsabilidade Social de Rádio, TV e Meios Eletrônicos ao transmitir imagens das cerimônias de posse anteriores do presidente Hugo Chávez. A medida foi considerada um ato de censura.

O vice-presidente Nicolás Maduro, que agora está à frente do país, convocou um Conselho de Ministros no qual declarou seu apoio irrestrito a Chávez.

Milos Alcalay, antigo representante da Venezuela na ONU , entregou uma carta ao Senado brasileiro em que pede que a presidenta Dilma Rousseff intervenha contra o que ele chamou de "ruptura democrática" e "farsa da continuidade" na Venezuela. Por sua vez, Rui Falcão, presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), enviou um comunicado manifestando sua solidariedade ao Partido Socialista Unido da Venezuela.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.