Julgamento de Berlusconi é adiado para depois da eleição

O julgamento do ex-premiê italiano Silvio Berlusconi no caso conhecido como “Rubygate” foi adiado para depois das eleições legislativas de fevereiro. Berlusconi, que tenta uma volta à cena política, é acusado nesse processo de ter tido relações sexuais com uma prostituta menor de idade.

Karima el Mahroug, conhecida como Ruby, durante audiência em um tribunal de Milão. EUTERS/Alessandro Garofalo

A Justiça de Milão rejeitou nesta segunda-feira um pedido da defesa de Berlusconi que havia solicitado a suspensão do julgamento. O pedido foi negado, mas a audiência foi adiada para o dia 11 de março. A decisão é positiva para Berlusconi, já que evita repercussões negativas do caso em plena campanha eleitoral. Os advogados de Berlusconi insistiram que o escândalo sexual poderia ser usado politicamente por adversários.

Se for considerado culpado, Berlusconi, 76, pode ser condenado a 15 anos de prisão. Ele tem, porém, a possibilidade de recorrer duas vezes do veredicto. Na Itália, esse tipo de processo pode ser longo. Por causa da idade, Berlusconi dificilmente seria condenado a um regime fechado de prisão.

Na semana passada, houve grande expectativa em torno do testemunho da jovem Karima el Mahroug, conhecida como Ruby, no tribunal. Ela havia sido arrolada como testemunha da defesa, mas foi dispensada no último minuto. Quanto à acusação, a promotoria preferiu usar as declarações que ela já tinha feito anteriormente.

A jovem de origem marroquina, que atualmente tem 20 anos, negou ter tido relações sexuais com Berlusconi quando era menor e também negou ter participado das orgias conhecidas como “bunga bunga”. Outras prostitutas ouvidas no processo confirmaram a existência de festas com strip tease e brincadeiras sexuais organizadas por Berlusconi para seus amigos na mansão do ex-premiê nos arredores de Milão.