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Acusação de executivo americano de que franceses são preguiçosos irrita governo

A resposta do governo e trabalhadores a acusações feitas por um executivo americano de que são preguiçosos e os ataques mais frequentes do que se imagina à joalherias no país são os destaques dos jornais nesta quinta-feira.

Capa dos jornais franceses Le Parisien, Libération e Les Echos desta quinta-feira, 21
Capa dos jornais franceses Le Parisien, Libération e Les Echos desta quinta-feira, 21 RFI
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Choque frontal. Com essas palavras, o Libération resume a reação na França a uma carta sarcástica ao presidente da empresa americana Titan, fabricante de pneus para tratores, que desistiu de comprar uma fábrica da Goodyear. Na carta enviada ao ministro da Recuperação Produtiva, Arnaud de Montebourg, o executivo americano Maurice Taylor sugere que os trabalhadores franceses são preguiçosos, ganham altos salários por apenas 3 horas de serviço diariamente.

Em entrevista ao Libé, o ministro francês considerou a carta um insulto e o executivo um extremista. Segundo Montebourg, a mensagem não reflete a visão da maioria das empresas americanas que investem na França. O editorial do Libé considerou justa a resposta do governo em defesa da democracia social no país.

O econômico Les Echos, que levantou a polêmica, chama a carta de Maurice Taylor de caricatural, mas que no fundo, expõe algumas verdades. A principal delas é que a França perde competitividade. O jornal sugere também avaliar o papel da central sindical CGT que emperrou a compra da fábrica da Goodyear pela empresa americana Titan e , assim, impediu manter mais de 500 empregos que agora devem ser sacrificados com o fechamento da fábrica que fica no norte da França.

O Le Parisien foi atrás de estatísticas e descobriu que os franceses trabalharam 1476 horas em 2011, abaixo das 1787 horas nos Estados Unidos e também de outros países como Itália e Grã-Bretanha. Só os alemães trabalham menos. Em compensação, os franceses trabalham melhor. A produtividade de um trabalhador francês é de 45,40 euros por hora, bem acima dos americanos, alemães, italianos e britânicos, explica o Le Parisien. Por isso, a manchete: os franceses não são preguiçosos.

O Le Figaro afirma, sem citar a fonte da informação, que no ano passado as joalherias da França foram assaltadas pelo menos 402 vezes, o que dá uma média acima de 1 roubo diariamente. O tema é destque no jornal conservador após o assalto, na terça-feira, a uma joalheira dentro de uma famosa loja de departamento de Paris, a Printemps.

Dois homens armados com coletes a prova de balas apontaram armas para os vendedores e saíram de lá cheio de joias por uma escada de serviço, sem chamar atenção de ninguém. O observatório nacional sobre delinquência afirma que entre 2008 e 2011 o aumento de ataques a joalherias na França aumentou 151%, passando de 141 a 359 assaltos. Outro problema é que os criminosos estão cada vez mais violentos, afirma o Le Figaro.
 

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