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G20/Rússia

G20 encerra encontro em Moscou com foco na crise e evasão fiscal

Os ministros da Fazenda dos países do G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo, concluíram neste sábado, dia 20 de julho, em Moscou, uma reunião de dois dias que definiu o direcionamento da Cúpula que acontecerá em setembro deste ano em São Petersburgo. O grupo conseguiu apoiar um plano de ação conjunto elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para reestabilizar os orçamentos afetados pela desaceleração econômica e reprimir a evasão fiscal de multinacionais.  Nos últimos meses, empresas como Amazon e Starbucks saltaram às manchetes pelas suas políticas de evasão fiscal.

Ministros do G20 posam para foto neste sábado, dia 20 de julho, após se reunirem por dois dias em Moscou, na Rússia.
Ministros do G20 posam para foto neste sábado, dia 20 de julho, após se reunirem por dois dias em Moscou, na Rússia. REUTERS/Grigory Dukor
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Sandro Fernandes, correspondente da RFI em Moscou

A crise que afeta os países do G20 foi o tema central do encontro. Os países envolvidos chegaram a um acordo que coloca o crescimento e a geração de empregos como prioridades. O comunicado oficial afirmou que “a economia global continua muito fraca e que a recuperação ainda é frágil e assimétrica”, mas destacou que os membros do grupo estão “completamente comprometidos a tomar ações decisivas para trazer de volta o caminho de crescimento robusto e rico em emprego”.

O G20 destacou ainda que os Estados Unidos e o Japão já apresentam sinais de recuperação, mas citou a diminuição do crescimento nos países emergentes e a recessão na zona do euro, onde o desemprego entre os jovens chega a 60% em alguns países.

Segundo o informe oficial, a criação de empregos poderia ser impulsionada com a redução da fragmentação do mercado financeiros, o reequilíbrio da demanda global e a tomada de medidas que apoiem o crescimento.

A Alemanha continua sendo uma voz dissonante no G20. O país acredita que uma rígida política fiscal e a austeridade devem ser prioridade na agenda do grupo.

A política monetária do Japão também foi uma das pautas centrais do encontro. Haruhiko Kuroda, presidente do banco central do Japão, disse que ainda é cedo para pensar em uma redução nas políticas extraordinárias de estímulo monetário anunciadas no início de 2013 pelo país para combater a deflação que se arrasta há anos no país. O país vem sendo criticado por ser pouco claro a respeito das reformas estruturais anunciadas.

A Espanha, que é um dos países mais afetados pela crise, foi representada pelo seu ministros de Economia, Luis de Guindos, que afirmou em uma coletiva de imprensa que “o G20 fracassou na recuperação do crescimento econômico e do emprego”, conseguindo apenas a estabilização dos mercados financeiros. O desemprego no país chegou a 26,9% no fim de maio deste ano.

Entre os norte-americanos, o tom é de otimismo. Os Estados Unidos anunciaram para meados de 2014 o fim de um programa de compra de títulos que injeta 85 bilhões de dólares mensais na economia americana.

Para o G20, a rápida recuperação americana não deve ser motivo de preocupação para as potências emergentes. Segundo o informe oficial, “qualquer mudança nos pacotes de estímulo monetário serão cuidadosamente calibrados e claramente comunicados”.

O comunicado tenta tranquilizar uma preocupação que já havia sido levantada pelo Brasil e pela Rússia. Em 2012, a presidente do Brasil Dilma Rousseff classificou de “tsunami monetário” a política que “literalmente despeja trilhões de dólares no mundo ampliando a oferta de dinheiro de forma muito perversa”, em vez de usar políticas fiscais que ampliam a capacidade de investimento.

O ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, não compareceram ao encontro. A viagem a Moscou foi cancelada no último momento, gerando rumores de que o momento negativo na economia brasileira pode ser pior do que se imagina. A assessoria do ministério da Fazenda informou apenas que a ausência de Mantega foi necessária para que fosse possível “fechar os cortes nos gastos públicos com a presidente Dilma Rousseff”.

 

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