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Egito/Violências

Milhares de islamitas seguem sitiados em mesquita no Cairo e prevêem novo "banho de sangue"

Desde a manhã deste sábado, dia 17 de agosto, a polícia sitia milhares de manifestantes na mesquita de Al-Fath, no Cairo, aumentando o medo de uma nova tragédia, após a morte de quase 600 pessoas na última quarta-feira. Os islamitas dizem não duvidar que um novo banho de sangue aconteça hoje. Já as forças de ordem se declaram comprometidas a não agir com violência na evacuação do local.

Cerca de mil manifestantes islamitas estão sitiados na mesquita de Al-Fath, no Cairo, neste sábado, dia 17 de agosto.
Cerca de mil manifestantes islamitas estão sitiados na mesquita de Al-Fath, no Cairo, neste sábado, dia 17 de agosto. REUTERS/Louafi Larbi
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As imagens da televisão egípcia mostram policiais tentando negociar com os islamitas. De acordo com a Irmandade Muçulmana, cerca de mil pessoas estariam sitiadas. Ao menos 39 corpos de vítimas das violências foram registrados dentro o local.

Uma manifestante no interior da mesquita relatou a um repórter da AFP, por telefone, que o grupo sitiado quer garantias de que não será preso ou atacado na saída do local. Os arredores da mesquita são ocupados por militantes contra o presidente deposto no dia 3 de julho, Mohamed Mursi.

De acordo com a agência de informações egípcia Mena, a polícia teria sido atingida por tiros vindos do interior da mesquita. Já os islamitas dizem ter se refugiado no local para se proteger dos ataques das forças de ordem. Desde as manifestações desta sexta-feira, dia 16 de agosto, os policiais têm autorização do governo de abrir fogo contra os manifestantes hostis.

A polícia anunciou ter detido ontem 1.004 integrantes e simpatizantes do partido Irmandade Muçulmana. Ammar Badie, o filho do importante líder islamita Mohamed Badie, foi morto durante os protestos desta sexta-feira no Cairo. A oposição ao governo interino organiza novas manifestações em todo o país neste sábado, dia 17 de agosto, e faz um apelo para que os egípcios não deixem de lutar até que Mohamed Mursi, seja restituído à presidência.

As violências de ontem, em protestos chamados de “Dia de Ira” pelos manifestantes, resultaram na morte de 173 pessoas, anunciou o governo interino neste sábado. Testemunhas afiram que a capital se transformou em campo de batalha até a entrada em vigor do toque de recolher. A medida foi estabelecida a partir de quarta-feira, após o decreto de estado de emergência no país durante um mês.

A imprensa egípcia faz novas críticas hoje contra o partido islamita. A televisão os acusa de tentar realizar “um holocausto”. A televisão estatal mostra permanentemente uma mensagem, em inglês, dizendo “O Egito combate o terrorismo”.
 

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