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Imprensa/Crise

Jornais lembram aniversário da crise que abalou as economias ocidentais

A primeira página do jornal francês Le Monde trata neste sábado do aniversário de 5 anos da crise econômica que que colocou o ocidente em um caos profundo. No dia 15 de setembro de 2008, o banco norte-americano Lehman Brothers - o quarto maior dos Estados Unidos -, anunciou uma inesperada falência e abriu alas para uma catastrófica recessão no sistema financeiro mundial. O jornal Libération também dá destaque ao assunto, mas sob uma visão mais otimista. "Abaixo a crise!", diz a manchete da capa. Para o quotidiano de esquerda, a queda da economia ocidental há cinco anos inspirou novas ideias, formas de produção e consumo nas sociedades ocidentais. 

Reprodução da capa do jornal francês Libération deste sábado, dia 14 de setembro.
Reprodução da capa do jornal francês Libération deste sábado, dia 14 de setembro. Reprodução/Libération
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Em editorial, Le Monde considera que a crise econômica do ocidente é a mais grave desde a de 1929 "que terminou em uma Segunda Guerra Mundial", lembra. Enquanto os bancos centrais e poderes públicos tentavam, desesperadamente, injetar quantias colossais para salvar suas finanças, milhões de pessoas perdiam seus empregos, bens e economias e, no caso dos Estados Unidos, que enfrentaram uma grave crise imobiliária, os cidadãos perderam até mesmo suas casas. "Cinco anos depois do anúncio da falência do banco Lehman Brothers, onde estamos?" - questiona o jornal, apontando as consequências da crise.

A globalização que antes opunha produtores aos consumidores mudou de natureza com o desenvolvimento das classes médias nos países emergentes, avalia. Os países do Norte não são mais obrigados a cobrir as economias do Sul e pouco a pouco reencontram seu lugar. No sistema financeiro mundial, os bancos tiveram que reforçar seus fundos e a luta contra os paraísos fiscais começou a se tornar séria, embora o controle dos riscos financeiros ainda seja insuficiente.

Mas a situação ainda está longe do desfecho. Para o Monde, o Ocidente chegou apenas na metade do caminho da recuperação de suas economias. "Não há outra saída a não ser continuar a luta", avalia o jornal destacando uma declaração do ex-chefe do Banco Central Europeu, Claude Trichet: "o período presente serve para nos prepararmos para a próxima crise".

Em um tom mais otimista, o jornal de esquerda Libération acredita que a queda da economia ocidental há cinco anos abriu as perspectivas de um novo mundo, com uma outra relação com o tempo, com as pessoas e com as ideias. "Longe de ser temporária, a crise pode ser o novo horizonte da economia francesa. As formas de produção e consumo que surgem são novas maneiras de conceber o progresso", publica em sua matéria principal.

Libération considera que que a má situação econômica não impediu a sociedade de pensar e agir sobre os problemas. E mais que isso: a crise teria incentivado os cidadãos a trabalharem mais para combater a grave situação e trabalhar por um mundo diferente "sem o caos do início, mas se perguntando simplesmente como se liberar destas amarras", publica o jornal. "Um outro mundo já é possível", acredita o Libé, adaptando o lema dos Fóruns Sociais Mundiais.

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