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Egito/Atentados

Nove morrem hoje no Egito e cresce risco de nova onda de violência

Três atentados causaram a morte de nove pessoas no Egito nesta segunda-feira, dia seguinte dos confrontos que causaram a morte de 51 civis, à margem de uma série de manifestações de apoio ao ex-presidente Mohamed Mursi, deposto pelo exército em 3 de julho deste ano.

Confrontos entre partidários do presidente deposto, opositores e forças de segurança.
Confrontos entre partidários do presidente deposto, opositores e forças de segurança. REUTERS/Amr Abdallah Dalsh
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Em Al-Tur, ao sul do Sinai, um carro-bomba explodiu diante de uma delegacia matando três pessoas - entre eles, um policial. Em Ismailia, no canal de Suez, seis soldados foram mortos a tiros por desconhecidos. O ataque não foi reivindicado, mas a região tem sido alvo de constantes atentados de grupos radicais ligados à Al-Qaeda. Durante a noite, uma antena de um centro de comunicação por satélite no Cairo foi alvo de foguetes.

Como a Irmandade Muçulmana, confraria à qual pertence o ex-chefe de Estado, prometeu intensificar os protestos, a comunidade internacional teme uma nova espiral de violência no país, que pode aprofundar a crise econômica. Em agosto, o exército e a polícia mataram mais de mil manifestantes pró-Mursi e prenderam mais de 2 mil membros da confraria.

Apesar disso, a Irmandade tem mostrado sua capacidade de continuar a mobilizar as massas e abalar estabilidade política que o governo interino procura alcançar, à revelia do grupo islâmico. O problema é que as frequentes manifestações abalam não somente a política, mas também a economia. Sabendo disso, a confraria pretende prolongar o movimento o máximo possível e exercer a pressão necessária para voltar ao mapa político do país.

De acordo com a Aliança pela Democracia e Contra o Golpe de Estado, composta em boa parte por Irmãos Muçulmanos, no domingo, "manifestações pacíficas" de apoio a Mohamed Mursi foram atacadas "a sangue frio pelas forças do Golpe de Estado, que atiraram para matar".

O ministério do Interior emitiu uma nota também nesta segunda-feira, acusando a confraria de entrar em confronto com moradores do Cairo. As forças de segurança "lograram intervir e controlar" o atrito, "utilizando apenas gás lacrimogênio".

Mas, de acordo com jornalistas, policiais - alguns deles em trajes civis - abriram fogo seguidas vezes contra os manifestantes. Ainda que o país esteja em estado de urgência e sob toque de recolher desde 14 de agosto, testemunhas afirmam que o número de tropas nas ruas estava muito acima do habitual neste domingo.

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