Hollande assume política econômica social-liberal para 2014
Os jornais franceses desta quinta-feira, 2 de janeiro de 2014, analisam as propostas econômicas do presidente François Hollande para os próximos meses. No pronunciamento que ele fez no dia 31 à nação, Hollande prometeu uma redução da carga tributária das empresas, para estimular a criação de empregos.
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O Les Echos informa que a entidade que reúne a classe empresarial francesa, Medef, ficou satisfeita com a decisão de Hollande, que utilizou em seu pronunciamento a expressão "pacto de responsabilidade". O presidente assume com mais clareza uma linha social-democrata para ganhar a batalha contra o desemprego, diz o Les Echos. Os empresários reivindicam há vários meses uma redução dos impostos sobre a atividade das empresas, para aumentar a margem de investimentos, atualmente deprimida, única forma de produzir crescimento e criação de empregos.
Em seu editorial, o jornal afirma que a boa notícia deste início de ano é que o crescimento nos Estados Unidos voltou com força. Resta saber se a França vai tomar carona nessa onda, escreve o Les Echos.
O jornal progressista Libération, pró-Hollande, concorda que o chefe de Estado persiste e assina em uma linha social-liberal descomplexada.
Para o diário comunista L'Humanité, as palavras de Hollande não agradaram aos franceses.
Dez milhões de telespectadores
O Le Figaro relata que 10 milhões de telespectadores assisitiram ao pronunciamento de Hollande na terça-feira. A direita não viu nada de novo no discurso do presidente, segundo o diário, que lembra que no ano anterior ele já tinha feito promessas de um pacto nacional em torno do crescimento. Para o Le Figaro, Hollande assume uma linha social-liberal quando fala em dar alívio às empresas, diminuir os impostos e, fato relevante no discurso, reduzir a despesa pública. Porém, com essas propostas ele contraria a ala mais à esquerda do Partido Socialista.
A dúvida no ar é saber, se na prática alguma coisa vai mudar. Hollande passou o ano de 2013 inteiro martelando que a curva de aumento do desemprego ia começar a declinar até o mês de dezembro. Isso não aconteceu. É esta obstinação do socialista de maquiar a realidade que lhe custa o mais baixo índice de popularidade de todos os presidentes franceses.
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