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Imprensa francesa defende sanções dos europeus à Ucrânia

A repressão violenta na Ucrânia contra os manifestantes que pedem a saída do presidente Yanukovitch do poder é a manchete dominante nos jornais franceses desta quinta-feira (20). Mas a imprensa também dedica espaço para o caos que reina na República Centro-Africana e até para a boa saúde financeira dos bancos franceses que registram lucros bilionários neste período pós-crise.

Tiros são ouvidos na Praça da Independência e televisão mostra corpos de manifestantes carregados em macas.
Tiros são ouvidos na Praça da Independência e televisão mostra corpos de manifestantes carregados em macas. REUTERS/Vasily Fedosenko
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O jornal conservador Le Figaro destaca um confronto entre o leste e o oeste do país, ou seja, a parte da Ucrânia ligada a Moscou e a outra que luta para uma aproximação com a Europa. Le Figaro questiona se 20 anos após os Bálcãs, a Europa não está sendo teatro de uma nova guerra.

O jornal conservador espera que os 26 mortos da última terça-feira(17) possam despertar a consciência de cada parte do conflito para o caminho do diálogo. Em editorial, Le Figaro afirma que é preciso enfraquecer a oligarquia que levou Yanukovitch ao poder para o renascimento de uma Ucrânia que encontre o ponto equilíbrio entre o leste e o oeste.

O Libération afirma que o momento é de "um teste de força", com os manifestantes se organizando para desafiar o governo. Kiev entrou numa espiral de violência que ninguém sabe onde vai parar, observa o jornal. A insurreição pode se tornar incontrolável e com o risco crescente da infiltração de grupos minoritários de extrema-direita, alerta o Libé em seu editorial.

Para o diário, a renúncia de Yanukovitch é a condição para uma "saída positiva" do conflito. Segundo o jornal,chegou a hora de a União Europeia falar com uma só voz e transformar as ameaças de sanções feitas há várias semanas em ações concretas. Nada vai avançar se não houver pressão também sobre o presidente russo, Vladimir Putin, "padrinho" de Yanukovitch, afirma o Libé.

Enquanto a violência e a repressão crescem na Ucrânia, os europeus se dividem sobre a resposta à Kiev, estima o La Croix. O jornal católico lamenta que os franceses mostrem tanta indiferença em relação à Ucrânia, país comparado a um barco à deriva.

A ex-república soviética é palco de uma queda de braço entre a Rússia, que não quer abrir de sua influência sobre Kiev, e os europeus, que não conseguem agir de maneira coordenada. O jornal católico pede que a União Europeia apoie os opositores ao governo com a perspectiva de ajudar a construir uma nova Ucrânia baseada em valores como democracia e estado de direito.

Caos na República Centro-Africana

Com uma foto de vários mortos em meio a ruínas na capital Bangui, o comunista L'Humanité afirma em sua manchete que a sociedade centro-africana está "completamente louca". Três meses após o envio de soldados franceses ao país, os militares são incapazes de pôr fim aos massacres envolvendo cristãos e muçulmanos, constata o diário.

Um repórter e um fotógrafo do jornal foram abordados quando acompanhavam a fuga de um grupo de muçulmanos, perseguidos por milícias cristãs. Eles relatam o horror que se transformou a guerra interétnica no país africano, ex-colônia francesa.

A saúde dos bancos franceses vai bem

É o que revela o Les Echos. Depois de cinco anos de crise financeira e outros cinco de crise econômica, o sistema bancário francês registra lucros bilionários. Os quatro principais bancos do país, Société Génerale, Crédit Agricole, BCPE e BNP Paribas registraram lucro líquido de 15 bilhões de euros em 2013, informa o diário econômico. Obrigados pelas agências reguladoras a adaptarem seus modelos, os bancos reforçaram seus balanços e agora terão que encontrar mais alternativas para manter o mesmo crescimento no futuro, afirma o Les Echos.

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