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Ucrânia/Crise

Imprensa francesa analisa papel da União Europeia na crise política na Ucrânia

A crise política na Ucrânia e as negociações para acabar com a violência no centro de Kiev ocupam as manchetes dos jornais franceses neste sábado (22). Os diários celebram o acordo firmado nesta sexta-feira e se interrogam sobre as relações entre a União Europeia e a Rússia.

Manifestantes diante do parlamento da Ucrânia neste sábado (22).
Manifestantes diante do parlamento da Ucrânia neste sábado (22). REUTERS/Vasily Fedosenko
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Em seu editorial, Libération celebra o acordo mediado pela União Europeia e assinado nesta sexta-feira (21) pelo governo e pela oposição. O documento prevê o retorno à Constituição de 2004, que limita os poderes do presidente, a reforma constitucional, um governo de união nacional, eleição presidencial antecipada e a libertação da opositora Iúlia Timochenko.

O diário progressista aponta esse resultado para mostrar que as coisas podem mudar quando os diplomatas europeus decidem agir. Mas lamenta que eles só tenham se mexido depois da explosão de violência desta última semana.

Libération diz que seria ilusório acreditar que os europeus conseguiram sozinhos chegar ao acordo entre governo e oposição. Para o jornal, Vladimir Putin certamente teve um peso decisivo, e isso graças às relações que a chanceler alemã, Angela Merkel, mantém com o governo russo. O diário alerta que está mais do que na hora de a diplomacia francesa "definir uma política clara em relação à Rússia".

União Europeia

Le Figaro também elogia a atuação dos diplomatas europeus para negociar uma saída da crise política ucraniana, que ameaçava se transformar em uma verdadeira guerra civil. O jornal conservador afirma, no entanto, que talvez menos sangue tivesse sido derramado se os europeus tivessem reagido com mais rapidez.

Sempre crítico em relação ao governo socialista da França, Le Figaro lamenta que o chanceler Laurent Fabius tenha viajado para a China antes mesmo da assinatura do acordo.

O jornal aponta que o futuro da Ucrânia permanece incerto. E diz que a União Europeia deve definir uma linha de conduta a seguir em suas relações com todos os ex-integrantes do bloco soviético, e em primeiro lugar com a Rússia.

Antissemitismo

Já o vespertino Le Monde lembra que a multidão de opositores reunidos no centro de Kiev vaiaram o acordo assinado nesta sexta-feira.

O jornal publica um artigo do historiador americano Timothy Snyder, especialista em Europa central e oriental. Ele afirma que o governo russo compara os opositores ucranianos aos nazistas. Mas aponta que, na verdade, é o regime ucraniano que está ligado à direita nacionalista e não hesitou em recorrer ao antissemitismo, afirmando que a oposição é liderada por judeus. Snyder acusa, assim, o governo russo de manipular a memória do Holocausto.

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