Líder chinês visita Paris e exibe diplomacia de equilibrista
Os jornais desta quarta-feira (26) dão destaque à visita do presidente chinês, Xi Jinping, à França. A cobertura mais interessante é a do diário conservador Le Figaro, que apresenta Xi Jinping como o mais importante líder chinês depois de Mao Tse-Tung, o fundador da República Popular da China. Além de citar aspectos econômicos da visita, o Le Figaro traz uma análise sobre a diplomacia chinesa.
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O texto assinado por Arnaud de la Grange lembra que a China é contra toda forma de ingerência externa, mas a atual crise na Ucrânia criou um dilema para Pequim. Quem é o maior responsável pela crise na Ucrânia: a Rússia, que invadiu e anexou sumariamente a Crimeia, ou os Ocidentais, que apoiam o desejo de independência de Kiev da influência de Moscou?
Ambiguidade oriental
A diplomacia chinesa é caracterizada por uma "ambiguidade oriental muito sutil", comenta Le Figaro. Na crise atual, a China demonstrou um apoio crítico a Vladimir Putin, sem desagradar aos Estados Unidos. Quando Barack Obama pediu ao líder chinês que condenasse a invasão territorial da Crimeia pelos russos, Xi Jinping concordou à maneira chinesa, com um voto de abstenção na ONU.
Mas quando os Estados Unidos defenderam sanções econômicas à Russia, o líder chinês criticou Obama. A China detesta referendos e não quer ser punida, se endurecer ainda mais com os separatistas uigures do leste do país ou no Tibete.
Assim caminha a diplomacia chinesa, conclui o Le Figaro, com o mesmo passo adotado pelos equilibristas.
O diário Les Echos dedica sua manchete a um dos acordos que devem ser assinados durante a visita a Paris: uma parceria entre o consórcio europeu Airbus e o fabricante chinês Avic, para a fabricação de mil helicópteros para uso civil. O contrato é estimado em 6 bilhões de euros.
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