Vitória da direita nas eleições obriga Hollande a fazer reforma ministerial

A derrota dos socialistas e a vitória da direita nas eleições municipais francesas domina as manchetes nesta segunda-feira (31). A constatação é unânime: o presidente François Hollande está contra a parede e deve mudar sua política econômica e sua equipe de governo.

Capa dos jornais franceses Le Figaro e Libération desta segunda-feira, 31 de março de 2014. Montagem/RFI

O jornal Le Figaro afirma que a vitória do partido de direita UMP nas municipais teve o efeito de um "tsunami" sobre o governo. O segundo turno se transformou numa derrota esmagadora para os socialistas, que perderam mais de 150 cidades para a direita, escreve em primeira página o diário conservador. A humilhação eleitoral pode ser ilustrada por dezenas de exemplos. Para citar pelo menos um deles, que ficará na história, o PS perdeu para o UMP a cidade de Limoges, que era governada pelos socialistas há 102 anos.

Em seu editorial,  Le Figaro aconselha Hollande a mudar radicalmente de política econômica para uma linha mais social-liberal no estilo do ex-premiê britânico Tony Blair, que conseguiu se reeleger duas vezes. Caso contrário, o Le Figaro prevê que Hollande vai terminar como o grego Georges Papandréou, deposto pelo povo nas ruas.

Em seu editorial, o Libération reconhece que o milagre que Hollande esperava não aconteceu. A alta taxa de abstenção, principalmente do eleitorado de esquerda, mostra que a punição visou diretamente o presidente da República. O jornal considera a reforma ministerial inadiável e recomenda uma equipe menor, mais eficaz e concreta em suas ações.

Toda a imprensa vai na mesma linha da reforma ministerial com a substituição do primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault, um homem que passa a imagem de governante honesto, mas sem nenhum carisma e péssimo comunicador. Sobre a imagem de Hollande, o Aujourd'hui en France escreve "condenado a mudar". O jornal Les Echos endossa com a manchete" Reforma ministerial, já".