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Imprensa

Tensão separatista na Ucrânia é manobra diplomática de Putin, dizem jornais

Escalada da violência, caos, tensão. Essas são algumas das palavras usadas nas manchetes dos jornais franceses de hoje para falar da crise na Ucrânia. Para os jornais, o presidente russo Vladimir Putin tem inflado essa crise e as tensões separatistas no leste da Ucrânia para ganhar margem de manobra.

Barricadas de separatistas pró-russos em Donetsk.
Barricadas de separatistas pró-russos em Donetsk. REUTERS/Gleb Garanich
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Em editorial na capa, o jornal Le Figaro compara a situação na Ucrânia à guerra na Iugoslávia nos anos 90. O diário conservador argumenta que o leste da Ucrânia é um caldeirão "muito mais explosivo que a Crimeia" e avalia que seria "ingênuo" imaginar que as tensões separatistas são provocadas apenas por um desejo da população de se anexar à Rússia.

Ou seja, para o jornal, claramente o presidente russo, Vladimir Putin, está por trás dos grupos pró-russos de Kharviv a Donestk. O motivo é simples: Putin não consegue aceitar que a Ucrânia se aproxime da União Europeia e fará de tudo para impedir as eleições presidenciais no país previstas para o dia 25 de maio. Segundo o Figaro, a Europa e os Estados Unidos estão subestimando as ambições do "novo imperialismo russo" e a ameaça que um conflito no maior país entre a Europa e a Rússia pode representar.

As ambições de Putin

Também com um editorial na capa, o jornal católico La Croix  discute para onde vai esse conflito. O jornal afirma que, obviamente, Putin tem ambições, mas acredita que uma guerra em grandes proporções não interessa "nem ao Ocidente, nem à Rússia nem à Ucrânia".

A Rússia tem em suas mãos uma arma importante – o fornecimento de gás para a Ucrânia e para a Europa –, mas também teria muito a perder se ficar isolada politicamente, economicamente e diplomaticamente.

Manobra diplomática

Segundo o La Croix, a tensão separatista no leste da Ucrânia é um sofisticado jogo diplomático de Moscou. Ao fomentar os grupos separatistas na região, Putin quer, na verdade, ganhar mais margem de manobra para as negociações internacionais sobre a Ucrânia que acontecem nesta semana em Genebra.

Na ocasião, os diplomatas russos vão usar a situação no leste da Ucrânia para defender o argumento de que é preciso dar mais autonomia para as regiões ucranianas. A esperança de Moscou é que, com mais autonomia, os ucranianos prefiram se alinhar à Rússia e não a Kiev e à Europa.

Euro forte

Para o jornal Les Echos, a Europa também enfrenta outra guerra, mas no campo econômico. E a arma dessa guerra é a “arma monetária”, escreve o diário econômico. O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, declarou neste final de semana em Washington que uma nova escalada da cotação do euro vai levar a um novo relaxamento da política monetária europeia.

Para lutar contra o euro forte, o BCE estaria disposto a lançar artilharia pesada. Taxas de juros a 0% ou até mesmo negativas. E, se a estratégia não surtir efeito, outras medidas poderiam ser tomadas. O euro forte complica a retomada econômica na Europa, estima o BCE, que também está de olho no baixo nível da inflação, a nova ameaça no horizonte das economias europeias.

 

 

 

 

 

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