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França/Imprensa

Investimentos da Renault-Nissan no Brasil e pesquisa eleitoral são destaques

A estratégia dos fabricantes de carros Renault e Nissan de se implantarem no Brasil e outros países emergentes, a queda de popularidade do presidente François Hollande e a revolta dos socialistas franceses com a insistência do governo em cumprir a promessa de reduzir em até 3% o déficit do país são alguns dos temas que ocupam as manchetes da imprensa francesa nesta quarta-feira, 16 de abril.

Inauguração de fábrica de automóveis da Nissan
Inauguração de fábrica de automóveis da Nissan Tânia Rêgo/Agência Brasil
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O diário econômico Les Echos dedica uma ampla reportagem para falar da estratégia do grupo francês Renault de acelerar sua implantação em países emergentes. Até 2016, os componentes fabricados no Brasil, Índia e Rússia já deverão representar 80% do valor dos carros da marca, ou seja, motores, autopeças, lataria, deverão ser produzidos localmente pela própria montadora ou seus parceiros industriais. Em artigo na mesma página, Les Echos também informa que a fabricante Nissan reforça sua presença no Brasil. O grupo japonês, que assim como a francesa Renault é dirigido pelo franco-brasileiro Carlos Ghosn, inaugurou ontem uma fábrica em Resende, no estado do Rio, com capacidade de produzir 200 mil carros por ano. Foram investidos 2,6 bilhões de reais nas instalações que vão produzir carros e motores. "A presença no país é um imperativo estratégico", disse o chefão da empresa, Carlos Goshn.

 

O Les Echos lembra que a Nissan sofreu com mudanças na política industrial nos últimos dois anos que fizeram alguns impostos subir até 30%. O fim de um acordo comercial com o México também impactou nos negócios da empresa. As vendas da Nissan foram de 78 mil carros no ano passado, ou seja uma queda de 30%. A estratégia da montadora no Brasil é de longo prazo, explicou um executivo ouvido pelo Les Echos.

 

Sarkozy e Le Pen superam Hollande em pesquisa

Se as eleições presidenciais francesas fossem hoje, François Hollande não seria reeleito, perderia para o conservador Nicolas Sarkozy e até para a candidata de extrema-direita Marine Le Pen, afirma o Le Figaro. É o que mostra uma pesquisa feita pelo instituto Opinion Way. Hollande teria 19% das intenções de voto no primeiro turno, bem atrás de Marine Le Pen com 25% e de Sarkozy, que lidera com 29%.

Os resultados mostram o risco de um novo 21 de abril, escreve o Le Figaro. A referência é ao dia 21 de abril de 2002 quando os socialistas foram derrotados no primeiro turno das eleições presidenciais pela Frente Nacional e o partido de extrema-direita foi ao segundo turno provocando um terremoto político que a maioria dos franceses não esquece.

Descontentamento político

O presidnete François Hollande e seu novo primeiro-ministro, Manuel Valls, renunciaram a pedir a Bruxelas uma renegociação do prazo para a França reduzir a 3% seu déficit público. A decisão, segundo o jornal Libération, irritou profundamente toda a família socialista, dos militantes do partido aos deputados e senadores do parlamento, e todos eles parecem ter dado as costas ao executivo francês. Daí o título escolhido para a reportagem: François Hollande, um capitão abandonado. O Libé lembra que a popularidade do presidente francês é de apenas 18%, de acordo com uma pesquisa divulgada neste domingo.

Uso de telefones celulares

Muitos franceses defendem um uso mais moderado dos celulares com conexão à internet, os smartphones. No cafés, na ruas, em qualquer lugar, o aparelho atrapalha até mesmo quando as pessoas estão conversando ente elas. Segundo o jornal Aujourd'hui en France, os franceses passam, em média, 1 hora e 20 minutos por dia nos seus smartphones e até esquecem de prestar atenção em quem está à sua volta. O jornal lembra que o fato de usar o telefone o tempo todo deu origem a um novo conceito, o de phubbing, termo usado para se referir a alguém que esnoba seu interlocutor ao responder imediatamente a um torpedo ou a uma chamada no smartphone. O fenômeno incomoda ao ponto do Aujourd'hui en France questionar ironicamente em sua manchete: que tal você desligar (um pouco) o seu telefone?
 

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