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Ucrânia/Rússia-EUA

Depois de ameaças de Lavrov, Ocidente teme nova escalada na Ucrânia

A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) expressou nesta quarta-feira (23) sua preocupação com as ameaças russas de intervir militarmente na Ucrânia, condenou o que chamou de "retórica inflamada" de Moscou e exigiu que o acordo de Genebra seja colocado em prática. "A Rússia deveria fazer suas tropas recuarem, reduzir os riscos de confronto armado e apoiar a aplicação do acordo de Genebra, condenando as ações violentas perpetradas por grupos armados ilegais no Leste da Ucrânia", afirmou o secretário geral adjunto da Aliança, Alexander Vershbow. 

Armado de AK-47, militante pró-russo monta guarda diante da prefeitura de Slaviansk, no Leste da Ucrânia
Armado de AK-47, militante pró-russo monta guarda diante da prefeitura de Slaviansk, no Leste da Ucrânia REUTERS/Gleb Garanich
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O secretário se disse "preocupado" com as ameaças russas de ação militar: "A Rússia tem a responsabilidade de apaziguar a situação, ao invés de recorrer a uma retórica inflamada e travestir a situação na Ucrânia", afirmou, em referência às declarações do chanceler russo Serguei Lavrov, que ao longo do dia, garantiu que a Rússia retaliará o vizinho, caso seus interesses sejam ameaçados.

Ingerência

Lavrov acusou os Estados Unidos de estar por trás das últimas ações de Kiev e chegou inclusive a lembrar a intervenção russa na região separatista de Ossétia do Sul, na Geórgia, há seis anos. Jan Psaki, porta-voz do Departamento de Estado americano classificou essas declarações de absurdas, principalmente quando o chanceler diz "que os Estados Unidos têm qualquer coisa a ver com as operações antiterroristas da Ucrânia, que dão apoio operacional ou financeiro" a essas ações.

No entanto, a desconfiança russa aumentou porque a Ucrânia resolveu suspender nesta quarta-feira a trégua de Páscoa, dia seguinte ao fim de uma visita do vice-presidente dos EUA, Joe Biden, ao país. Ele ameaçou a Rússia de "isolamento", se ela continuar a "apoiar" a insurgência. Também na quarta, 600 soldados norte-americanos foram enviados à Polônia e países bálticos, o que a Rússia interpretou como uma ameaça.

A chamada ofensiva "antiterrorista" levou à tomada por Kiev da cidade de Sviatoguirsk, de cinco mil habitantes. Apesar de o governo interino ter chamado a ação de "liberação de uma área estratégica", sem nenhum morto ou ferido, o resultado é discutível: a cidade nunca havia sido ocupada por separatistas.

Solução distante

Os acontecimentos da quarta-feira afastaram novamente o relativo otimismo causado pela assinatura do compromisso internacional em Genebra. "A cada dia que passa, a solução fica mais longe", afirmou o chefe da diplomacia alemã Frank-Walter Steinmeier. Os dois lados acusam-se mutuamente de manipular a crise de acordo com seus interesses.

Na quarta-feira, Washington apresentou fotos que supostamente comprovam a ingerência russa no leste da Ucrânia, com a presença de tropas regulares de Moscou na região. "As fotos são montagens de computador", desdenhou Serguei Lavrov. "Todo mundo utiliza armas leves de fabricação russa na Ucrânia, AK-47s e pistolas Mararov, então isso não quer dizer nada", garantiu. Por outro lado, o Kremlin admitiu ter enviado tropas à fronteira com a Ucrânia.

 

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