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Poluição/ OMS

Quase 90% da população urbana está exposta a ar poluído, diz OMS

A poluição atmosférica atinge quase nove pessoas a cada 10 no mundo, de acordo com um estudo publicado nesta quarta-feira (7) pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O relatório sobre a qualidade do ar em 1.600 cidades de 91 países informa que a exposição dos brasileiros às partículas finas é semelhante a outros países emergentes como a Rússia ou a Turquia.

Guarda de transito nas ruas de Harbin, na China em um dia muito poluido.
Guarda de transito nas ruas de Harbin, na China em um dia muito poluido. REUTERS/China Daily/Files
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Devido à poluição, o Brasil está entre os países que registram os maiores índices do mundo de problemas neuropsiquiátricos acarretados pelas partículas no ar. A alta ocorrência de câncer e asma também é preocupante, conforme o relatório. As consequências mais comuns da poluição atmosférica são diarreia, infecções respiratórias, problemas cardíacos e câncer de pulmão.

O estudo avaliou a situação em 500 cidades a mais do que na avaliação anterior, de 2011. A pesquisa verificou que apenas 12% da população total destes complexos urbanos respira ar conforme às normas da OMS.

"No geral, infelizmente, a situação da poluição do ar tem piorado", observa Maria Neira, diretora de Saúde Pública da OMS em Genebra. A organização constata que cada vez mais cidades monitoram a qualidade do ar, um sinal de “reconhecimento de que a poluição atmosférica traz riscos à saúde”, disse o órgão da ONU (Organização das Nações Unidas).

Ricos respiram melhor

As cidades mais afetadas por esta degradação estão nos países em desenvolvimento, enquanto as cidades de países ricos registraram uma melhora na qualidade de seu ar. Em seu relatório de março, a OMS havia considerado que a poluição de partículas finas deve-se principalmente à queima de carvão e aos motores a diesel dos veículos. O problema contribuiu para a morte de 3,7 milhões de pessoas em todo o mundo em 2012.

Os níveis de partículas finas PM10 (10 mícrons) são, por exemplo, 20 vezes acima dos padrões (20 microgramas por metro cúbico) em Rawalpindi, no Paquistão, e 28 vezes maior em Deli. As partículas ainda menores, de 2,5 mícrons (PM2.5), que podem passar para o sangue através dos pulmões, encontram-se em concentrações dez vezes acima do padrão (10 microgramas por m3), em Rawalpindi e 15 vezes em Deli.

"Não podemos comprar garrafas de ar limpo, mas as cidades podem adotar medidas para melhorar a qualidade do ar e salvar a vida de seus moradores", ressalta Carlos Dora, do Departamento de Saúde Pública da OMS, citando os exemplos de Bogotá e Copenhague, onde as pessoas foram incentivadas a caminhar, andar de bicicleta e utilizar transportes públicos.
 

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