Acesso ao principal conteúdo
Cannes/Cinema

Filme turco "Winter Sleep" ganha Palma de Ouro no Festival de Cannes

O 67° Festival de Cinema de Cannes terminou neste sábado (24), sem nenhum escândalo e com a revelação de um jovem talento excepcional, o canadense Xavier Dolan. Entre os favoritos para receber a Palma, apenas o nome do melhor ator foi confirmado. No entanto, as outras premiações foram boas surpresas, um sinal de abertura do júri presidido pela cineasta neozelandesa Jane Campion.

O diretor Nuri Bilge Ceylan (ao centro), com a Palma de Ouro, ao lado do cineasta Quentin Tarantino e da atriz Uma Thurman.
O diretor Nuri Bilge Ceylan (ao centro), com a Palma de Ouro, ao lado do cineasta Quentin Tarantino e da atriz Uma Thurman. Reuters
Publicidade

“Winter Sleep”, do diretor turco Nuri Bilge Ceylan, foi o grande vencedor da Palma de Ouro deste 67° Festiva. O diretor, muito emocionado, recebeu o prêmio das mãos do cineasta Quentin Tarantino e da atriz Uma Thurman. Confessando sua surpresa, ele dedicou o prêmio à juventude turca e a todos os que perderam a vida no último ano durante as manifestações que aconteceram no país.

O roteiro de "Winter Sleep" fala de um artista aposentado que vive com a esposa e a irmã em um pequeno hotel na Anatólia e vão se isolando à medida que o inverno chega e a neve vai recobrindo a estepe onde se encontram.

O Grande Prêmio ficou para o filme italiano “La Meraviglie”, da cineasta Alice Rohrwacher, sobre três mulheres apicultoras que vivem isoladas numa fazenda decadente e têm suas vidas estremecidas com a chegada de um jovem delinquente.

A Palma de Melhor Direção foi para o norte-americano Bennet Miller por seu “Foxcatcher”, que fala da relação tumultuada de um milionário com dois lutadores de boxe que ele patrocina com o objetivo de fazer de um deles um campeão olímpico.

Já o Prêmio do Júri foi dividido entre duas gerações: “Mommy”, do fenômeno canadense Xavier Dolan, de 25 anos, a grande sensação deste festival, com sua história sobre a mãe que cria sozinha um filho hiperativo e agressivo e tenta construir uma relação equilibrada com ele; ele repartiu o prêmio com “Adieu au Language”,do mito do cinema francês Jean-Luc Godard, em 3D.

A Palma de Melhor Roteiro foi para o maravilhoso filme russo “Leviathan”, do diretor Andrei Zviagintsev, que co-escreveu a trama com Oleg Negin. A trama relata a luta de um homem para preservar sua terra, um retrato brutal de uma Rússia dominada pela corrupção em todos os níveis. Ultimo filme projetado, foi o grande presente do fim do festival.

A Palma de Melhor Atriz não foi para a francesa Marion Cotillard, como todos esperavam, mas para a norte-americana Julianne Moore. Julianne interpretou magistralmente Havana Segrand em “Maps to the Stars”, do diretor canadense David Cronenberg.

A Palma de Melhor Ator confirmou o favoritismo do inglês Timothy Spall que criou um magnífico personagem do pintor William Turner no filme “Mr.Turner”, do diretor Mike Leigh.

A Câmera de Ouro, que premia o primeiro filme de um diretor, foi para “Party Girl”, do trio francês Marie Amachoukeli, Claire Burger e Samuel Theis, que abriu a mostra “Um Certo Olhar” e tem como atriz principal a própria mulher festeira que inspirou a história.

A Palma de Ouro do Curta Metragem foi dada a “Leidi”, do diretor colombiano Simon Mesa Soto, sobre uma mulher que parte em busca de seu companheiro desaparecido.

Prêmios das mostras paralelas

Outros prêmios já foram atribuídos antes da Palma. Na paralela ‘Um Certo Olhar”, venceu “White God”, do diretor húngaro Kornel Mundruzco, um filme que utiliza uma matilha de cães revoltados como metáfora para denunciar a violência e injustiça sofridas pelos mais fracos.

Ainda na mesma mostra, “O Sal da Terra”, dos diretores Juliano Ribeiro Salgado e Wim Wenders, documentário sobre a vida e obra do fotógrafo Sebastião Salgado, ficou com o Prêmio Especial do Júri.

O júri da seção Cinéfondation e dos curtas , que apoia novos projetos de estudantes de cinema, presidido pelo cineasta iraniano Abbas Kiorastami e do qual também fez parte a diretora brasileira Daniela Thomas, premiou o projeto “Skunk”, de Annie Silverstein, da Universidade de Cinema do Texas.

E antes de terminar, não posso deixar de lembrar que a Palma Dog de melhor ator canino ficou com a dupla de labradores Lucky e Buddy, que se alternaram na interpretação de Hagen no filme húngaro “White Dog". Uma excelente interpretação dramática que mereceu a recompensa.

E é assim, sem escândalos e com uma nova estrela no firmamento da Sétima Arte, que termina esta 67ª edição do Festival de Cinema de Cannes.

04:07

Ouça a Reportagem

Leticia Constant

 

 

 

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.