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Imprensa

Ferroviários e governo francês travam queda de braço, avalia imprensa

Nesta segunda-feira (16), os ferroviários da França entram em seu sexto dia de greve. O movimento social revela a intransigência dos sindicalistas e do governo, diz a imprensa.

A greve de trens na França entra no sexto dia de paralisação nesta segunda-feira (16).
A greve de trens na França entra no sexto dia de paralisação nesta segunda-feira (16). REUTERS/Gonzalo Fuentes
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"Os franceses não aguentam mais!". Assim escreve na sua manchete o jornal Aujourd'hui en France. A Federação Nacional de Usuários de Transportes pediu que os ferroviários voltem ao trabalho. Mas, até o momento, a categoria permanece inflexível e até ameaça expandir a paralisação.

Com um número bem menor de trens em circulação, os passageiros relatam ao jornal dificuldades encontradas nesses dias de greve: trens superlotados, calor e a falta de educação dos passageiros que, desesperados, fazem de tudo para entrar nos vagões.

A greve também se tornou um pesadelo para milhares de estudantes franceses. Hoje é o dia do bac, um exame equivalente ao vestibular no Brasil. Para tentar amenizar a situação, a SNCF, empresa de trens, criou um esquema especial para os vestibulandos com crachás de acesso prioritário aos trens.

Dor de cabeça para o governo

Além dos passageiros, essa greve também virou um grande problema para o governo. O Libération avalia que o primeiro-ministro, Manuel Valls, quer “bancar o durão” e manter o seu programa de reformas. A greve dos ferroviários foi lançada em reação a um projeto de reforma que pretende unificar as duas empresas públicas que administram o sistema ferroviário na França.

Os grevistas temem que a reforma signifique a perda de empregos e o governo defende que as mudanças são necessárias. Os dois lados mostram intransigência, o que é um péssimo negócio para o Partido Socialista. O jornal argumenta que a popularidade do governo está em níveis baixíssimos e, dentro do próprio partido e da base aliada, os conflitos são cada vez maiores.

Artistas

Além da greve dos ferroviários, o governo tem que lidar ainda com a greve dos intermitentes do espetáculo. A categoria, que conta com regime especial de trabalho, protesta contra um projeto de reforma do seguro-desemprego. Em greve, eles ameaçam até atrapalhar o Festival de Avignon, um dos mais importantes festivais de teatro do mundo que começa no dia 4 de julho.

Agenda lotada

O jornal Le Figaro revela que a semana traz ainda outros desafios para François Hollande e seu governo. Na terça-feira (17): o projeto do governo de reforma ferroviária será examinado na Assembleia. Na quarta-feira (18), o Conselho de Ministros estuda mais temas sensíveis como a reforma territorial da França e um projeto de lei sobre as finanças da seguridade social.

Além disso, ainda nesta semana, o governo tem que lidar com a situação da francesa Alstom, que tem duas ofertas de compra de empresas estrangeiras e, na quinta, uma reunião do conselho de Defesa vai tratar da crise no Iraque.

Para aliviar a tensão, o presidente francês conta com um sucesso da seleção francesa na Copa, que estreou com vitória de 3 a 0 sobre Honduras, diz o jornal conservador.
 

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