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Brasil ainda é terra de oportunidades para empresas francesas, diz Les Echos

O referendo sobre a independência na Escócia e a decisão surpresa do governo francês de modificar o imposto de renda dividem as manchetes dos jornais desta quinta-feira (18). A economia brasileira também é analisada nas páginas do Les Echos. O diário econômico afirma que, apesar das dificuldades enfrentadas nos últimos meses, as empresas francesas ainda podem lucrar investindo no Brasil.

A montadora chinesa Chery inaugurou sua primeira fábrica no país em Jacareí, interior de São Paulo, e anunciou um investimento de R$ 50 milhões em um centro de pesquisa e desenvolvimento.
A montadora chinesa Chery inaugurou sua primeira fábrica no país em Jacareí, interior de São Paulo, e anunciou um investimento de R$ 50 milhões em um centro de pesquisa e desenvolvimento. CheryBrasil/ SDPress
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Les Echos acha que o Brasil ainda é um país de oportunidades para os grupos franceses. Em um grande artigo analítico, o diário diz que apesar dos indicadores econômicos ruins dos últimos tempos, a riqueza do Brasil em termos de matérias primas e o peso da classe média brasileira fazem do país uma "terra do futuro". Os grupos franceses ainda podem lucrar no Brasil, mas o país tem que melhorar sua eficiência, aconselha o jornal.

Citando um estudo internacional sobre competitividade e o testemunho de vários empresários franceses estabelecidos no Brasil, Les Echos cita principalmente a burocracia, a falta de infraestruturas e a corrupção como problemas que entravam os investimentos franceses. O artigo diz que a recessão registrada no segundo trimestre, a poucas semanas das eleições, pode comprometer a reeleição de Dilma Rousseff. Pedindo ações, o jornal se pergunta se a presidente também vai deixar os grupos internacionais fazerem as malas e deixarem o país.

Mas o próprio jornal afirma que o Brasil “continua sendo um dos territórios mais atrativos do mundo”. O diário informa que vários grupos franceses não se deixam intimidar pela conjuntura e têm projetos para ampliar sua presença no Brasil. Um dos exemplos citados é o do grupo Accor, que decidiu acelerar seu desenvolvimento no país criando 150 novos hotéis em 4 anos, principalmente em cidades médias de menos de 800 mil habitantes. A rede Accor opera no Brasil há 40 anos e já tem 200 hotéis no país.

Referendo na Escócia

"Escócia faz uma escolha histórica", diz a imprensa francesa. Será que a Escócia vai dar adeus à Inglaterra, questiona o Le Figaro. O jornal conservador informa que nas últimas pesquisas de opinião o “não” à independência leva uma ligeira vantagem, mas o suspense continua. Independentemente do resultado, as consequências para o Reino Unido serão importantes, a começar pela maior autonomia a Edimburgo já prometida por Londres em caso de vitória do “não”.

Se a vitória for do "sim", a mudança mais imediata será na bandeira nacional, a famosa Union Jack, que perderá seu fundo azul, aponta Le Figaro. O jornal de esquerda Libération também acha que a votação histórica de hoje ainda é incerta, mas que de qualquer maneira o resultado vai enraizar o nacionalismo escocês. "O reino desunido", ironiza Libération.

Mudanças no imposto de renda francês

Outro tema de destaque nos jornais de hoje é o anuncio surpresa do primeiro-ministro Manuel Valls de mudanças na cobrança do importo de renda na França. O premiê surpreendeu ontem (17) ao anunciar o fim da primeira alíquota do imposto de renda. A medida vai isentar 9 milhões de contribuintes.

Les Echos explica que a redução prometida vai realmente beneficiar a classe mais desfavorecida da população. O anúncio surpresa é analisado como uma tentativa de Manuel Valls de "dar a volta por cima", após a pequena margem que obteve no voto de confiança a seu governo na ultima terça-feira (16).

Le Parisien diz que os franceses estão perdidos com mais essa mudança no imposto de renda. A notícia de uma redução dos tributos é sempre boa, mas a reforma ainda não está clara. O tablóide critica a falta de informações sobre o financiamento da medida, que vai custar € 3,3 bilhões aos cofres públicos.

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