Greve da Lufthansa afeta voos no Rio de Janeiro e em São Paulo
A greve dos pilotos da companhia aérea alemã Lufthansa, a oitava paralisação vivida pela empresa só neste ano, entra nesta terça-feira (21) em seu segundo dia. Mais de 1,5 mil voos foram cancelados, entre eles os que fariam o trajeto de Frankfurt e Munique ao Rio de Janeiro e a São Paulo.
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Na segunda-feira, só os voos de curta e média distância haviam sido afetados pela paralisação, mas o movimento decidiu estender a greve para os trajetos de longa distância. Vários voos com chegadas e partidas de São Paulo e Rio de Janeiro foram cancelados.
De acordo com o site da Lufthansa, o voo LH507, que faria hoje o trajeto São Paulo-Frankfurt, foi anulado, bem como o LH505, que faria amanhã (23) o trajeto entre São Paulo e Munique. O LH506, de Frankfurt com destino a São Paulo, e o LH504, que partiria amanhã de Munique até São Paulo, também foram cancelados.
Também não partirão hoje o voo LH501, do Rio de Janeiro para Frankfurt, e amanhã o LH500, de Frankfurt para o Rio de Janeiro.
Até o momento, 1.511 voos foram cancelados, a maioria deles com partidas e chegadas de Frankfurt e Munique. Cerca de 166 mil passageiros foram prejudicados pela paralisação.
Aposentadoria antecipada
A greve está inicialmente prevista para durar até a meia-noite desta terça-feira, no horário local (20h pelo horário de Brasília), mas o sindicato Vereinigung Cockpit (VC), que representa 5,4 mil pilotos da Lufthansa, não exclui prolongá-la pelos próximos dias. De acordo com o VC, a condição para que os pilotos voltem a trabalhar normalmente é chegar a um acordo com a direção sobre as condições da aposentadoria antecipada.
O sindicato quer conservar a regulamentação que permite aos pilotos se aposentar aos 55 anos recebendo 60% de seus salários até chegar à aposentadoria plena aos 65 anos. A Lufthansa, por sua vez, quer manter a regra apenas para os pilotos contratados antes de 2014, aumentando a idade de aposentadoria antecipada para os novos empregados.
Greve dos condutores
Em paralelo a este movimento, os condutores de trem travam um braço de ferro com a direção da companhia férrea alemã Deutsche Bahn sobre o aumento dos salários, o tempo de trabalho e questões sobre a representatividade do sindicato. Insatisfeitos, os condutores realizaram diversas paralisações nas últimas semanas. A última delas, no último fim de semana, resultou em graves perturbações no tráfego férreo do país.
Em uma entrevista publicada no jornal alemão Bild nesta terça-feira, o ministro dos Transportes, Alexander Dobrindt, acredita que o número de greves no setor causa sérios danos à economia da Alemanha. “O transporte é o sistema nervoso de nosso país”, disse, avaliando que uma paralisação prolongada dos pilotos e dos condutores pode quebrar a economia alemã.
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