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Imprensa

Le Monde diz que luta contra corrupção é maior desafio de Dilma Rousseff

Em seu editorial desta quarta-feira (3), o jornal Le Monde diz que, apesar de o Brasil integrar o rol das grandes potências econômicas mundiais há muitos anos, a corrupção é “um mal durável e profundo” no país que classifica como “um gigante emergente”. Para o diário, o combate a essas irregularidades que, recentemente, envolvem principalmente o PT, é o principal desafio do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.

A presidente Dilma Rousseff inicia seu segundo mandato em janeiro de 2015.
A presidente Dilma Rousseff inicia seu segundo mandato em janeiro de 2015. Flikcr/ Blog do Planalto
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Nas palavras do jornal centrista, "da agricultura à aeronáutica, da petroquímica ao setor bancário, as empresas brasileiras são um sucesso, seja no mercado interior ou no setor da exportação". No entanto, a corrupção é uma constante no país – um problema “mais velho do que a própria República brasileira”, constata.

As irregularidades não poupam nem o Partido dos Trabalhadores, da recém-eleita Dilma Rousseff, avalia Le Monde. “A presidente começa seu novo mandato em janeiro. Mas a líder, que foi o braço direito de seu antecessor, Luiz Inacio Lula da Silva, já deve enfrentar um novo escândalo que diz respeito ao financiamento de partidos políticos do país – a começar pela sua”, publica. O caso Petrobras deve complicar a formação do novo governo pela presidente, prevê o jornal.

Dos quinze acusados e presos devido ao escândalo que veio à tona no último mês de campanha presidencial, todos são empresários e altos cargos do setor petroleiro. Dois deles vêm da própria Petrobras, uma empresa controlada pelo Estado, lembra o jornal. “Eles são acusados de formar um cartel destinado a superfaturar e a destinar comissões aos principais partidos políticos brasileiros, entre eles o PT, para financiar campanhas eleitorais”, publica.

Mas a presidente reagiu bem, pondera Le Monde, mostrando que o caso pode ser um exemplo de uma reviravolta da política brasileira. “A Justiça e a Polícia Federal parecem estar decididas a realizar as investigações. A imprensa os apoia. O governo faz um esforço louvável pela transparência, especialmente o Ministério Público”, escreve.

A reforma deste sistema, proposta por Dilma, é ambiciosa, avalia Le Monde: ela vai revisar o financiamento das campanhas eleitorais e os 28 partidos que atuam no Congresso brasileiro. Ou seja, colocar fim a práticas ilegais tanto da oposição como do governo que fazem com que o Brasil permaneça na lista anual dos países mais corruptos do mundo da ong Trasparency International. A situação é “indigna de um grande país”, publica o jornal. “O escândalo da Petrobras deve ser considerado como uma advertência à política brasileira", finaliza.

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