Série de ataques na França traz tensão às vésperas do Natal
O medo que se espalhou pela França após uma série de ataques em diferentes cidades contra policiais e civis ocupa as manchetes da imprensa francesa desta terça-feira (23). O horror ganhou as ruas e trouxe tensão às vésperas do Natal, segundo os jornais.
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O jornal Le Figaro diz em sua matéria de capa que o primeiro-ministro Manuel Valls faz um alerta aos franceses em relação ao terrorismo. "O país nunca esteve diante de uma ameaça tão grande", segundo o chefe de governo.
Essa declaração é feita após uma série de ataques: no sábado em Joué-lès-Tours, no leste, e no domingo, em Dijon, no oeste, aos gritos de "Alá é grande". O mais recente aconteceu ontem à noite, em Nantes, com mais um motorista jogando seu carro contra visitantes de uma feira de Natal.
Le Figaro cita a preocupação do primeiro-ministro, Manuel Valls, que observa uma "radicalização rápida no país". Ele pediu ainda que os policiais se protejam. O jornal conservador lembra que o presidente francês François Hollande fez um apelo por uma grande vigilância dos serviços públicos, diante do temor de ação de jihadistas no país.
Em editorial, Le Figaro afirma que a população "descobre uma verdade que muitos preferiam ignorar: os "loucos de Alá", de nacionalidade francesa, podem atacar, em qualquer momento e em qualquer lugar, motivados por um fanatismo mortífero e por detestar quem somos".
País entre estupor e angústia
"Terrorismo ou atos de loucura?", questiona o jornal Aujourd'hui en France, diante dos três ataques registrados na França em 48 horas. "Eles deixaram mais de 20 vítimas e mergulharam a França no estupor e na angústia nesta véspera de Natal", segundo o jornal.
Seja por uma possível influência do grupo ultrarradical Estado Islâmico, que apelou para seus fiéis promoverem atentados, ou por atos isolados de pessoas desequilibradas, o fato é que ressurgiu o risco de uma psicose coletiva, escreve o diário.
Em entrevista ao Aujourd'hui en France, o psiquiatra Roland Coutanceau explica que a superexposição do caso de Dijon pode ter um efeito de mimetismo e influenciar outras pessoas a cometer o mesmo ato.
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