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Atentados em Paris transformaram a história da França

A imprensa francesa analisa os atentados que balançaram o país na semana passada. Os jornais examinam os ataques contra a redação do Charlie Hebdo e o supermercado judaico Hyper Cacher a partir de diferentes pontos de vista e concluem que os dois episódios vão transformar para sempre a história do país.

Jornal Le Monde traz na capa a manchete "Sete dias que transformaram a França"
Jornal Le Monde traz na capa a manchete "Sete dias que transformaram a França"
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Com a manchete “Cinco dias que nos transformaram”, o jornal Aujourd’hui en France explica que o país conseguiu se reerguer graças à união nacional após os atentados. No entanto, para o tabloide, “nós não seremos nunca mais os mesmos” depois dos ataques terroristas. O jornal entrevistou profissionais de várias áreas, que relatam como o episódio mudou suas vidas. Um aposentado explica que mesmo se não gostava do Charlie Hebdo, decidiu fazer uma assinatura no jornal satírico que teve sua redação praticamente dizimada por dois jihadistas. Já Anne Roumanoff, uma humorista popular francesa, compara o episódio como  11 de setembro, “uma espécie de terremoto do qual sentiremos os tremores durante muito tempo”.

O jornal Le Monde que chegou às bancas na tarde deste sábado (17) analisa os fatos, principalmente do ponto vista político. Com a manchete de capa semelhante ao Aujourd’hui en France (“Sete dias que mudaram a França”), o vespertino explica que “desde os atentados contra Charlie Hebdo, no dia 7 de janeiro, os franceses mergulharam em uma crise inédita”. Le Monde relata, em texto de página inteira, como o presidente François Hollande, o primeiro-ministro Manuel Valls e o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, enfrentaram esse “drama de uma violência rara”.

O diário Le Figaro se interessou em sua capa pela reação das autoridades europeias após os ataques. O jornal relata que as forças de segurança realizaram várias operações anti-extremistas islâmicos nos últimos dias na França, Alemanha, Bélgica, Reino Unido e Espanha para impedir novos atentados. Le Figaro lembra que 12 suspeitos de terem contribuído com a logística dos ataques em Paris já foram detidos nas redondezas da capital francesa. As autoridades belgas seguem o passo da França na ofensiva antiterrorismo, após a prisão de supostos jihadistas na cidade de Verviers, na quinta-feira (17). Já a polícia alemã deteve várias pessoas suspeitas de extremismo, e Madri e Londres também tentam desmantelar redes jihadistas, enfatiza Le Figaro. O jornal lembra que “a Europa fornece quase um terço dos recrutas estrangeiros do grupo Estado Islâmico”.

Libération faz uma análise quase filosófica dos episódios. “Após as lágrimas, a reflexão. Após o fervor de uma mobilização inédita, chegou a hora da lucidez”, anuncia o editorial do jornal, que apresenta cinco grandes temas de debate ligados ao terrorismo (cidadania, laicidade, educação, justiça e mídia), que são discutidos por especialistas na edição deste fim de semana. O texto de Laurent Joffrin ressalta que, mesmo se a República saiu reforçada após a grande manifestação popular, as divisões saltaram aos olhos e ainda há muito a ser feito, pois “nós não somos todos Charlie”, enfatiza o diretor do Libération.

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