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França/Resenha da imprensa

Jornais franceses apostam em fiasco socialista em eleições

Na véspera das eleições departamentais, os jornais franceses têm tom reflexivo. Que a direita galgará postos importantes, disso não restam dúvidas. A questão é qual será a dimensão do desastre para o Partido Socialista do presidente François Hollande.

O Presidente frances, François Hollande, pode ser o grande derrotado das eleições departamentais
O Presidente frances, François Hollande, pode ser o grande derrotado das eleições departamentais REUTERS/Gonzalo Fuentes
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A capa de Le Figaro traz uma foto de Hollande e do primeiro ministro Manuel Valls, que olham ao longe com o semblante preocupado, o céu cinzento ao fundo. E a manchete diz: o Partido Socialista teme um novo desastre. O primeiro foi nas eleições municipais de 2014, quando a legenda viu seis cidades com mais de 100 mil habitantes passarem de suas mãos para a UMP, partido do ex-presidente Nicolas Sarkozy.

Agora, o jornal conservador recomenda que os franceses aproveitem o fim de semana para analisar bem o mapa político do país porque, na segunda-feira, ele será muito mais conservador. As pesquisas apontam que a esquerda pode ser eliminada de metade das regiões francesas.

Esquerda no divã

O Libération, tradicionalmente socialista, aproveita para colocar a esquerda no divã e tentar entender as razões para a decepção de tantos eleitores. A edição entrevista alguns figurões do Partido Socialista, que são unânimes em dizer que existe um "mal estar" com a política econômica e social de Hollande.

Além disso, eles apontam a divisão da esquerda em legendas diversas como uma das razões para a evasão de votos. Por fim, o jornal analisa que a França passa por uma direitização: talvez sob o impacto dos atentados de janeiro, demandas históricas da esquerda como o antirracismo e o multiculturalismo deixaram de ser unânimes entre o eleitor socialista tradicional.

O diário ainda entrevista dois ex-eleitores socialistas de classes populares. Um deles, dará seu voto à UMP, alegando que Hollande só governou para os ricos. O outro reclama que na França de hoje só tem emprego quem tem sobrenome árabe. Por isso, o voto dele vai para a extrema-direita.

Crise no Brasil

Por falar em esquerda em crise, Le Monde deste fim de semana traz uma matéria sobre os "maus ventos" que espreitam o governo Dilma Rousseff. O correspondente Nicolas Bourcier faz um balanço da agenda presidencial nos dias que sucederam a imensa manifestação do último domingo e diagnostica: Dilma, imersa na maior crise de popularidade de um presidente desde Fernando Collor, está tentando melhorar a própria imagem se aproximando da oposição e passando leis para conter a corrupção.

Ações que, para o correspondente, acabaram ofuscadas por duas situações que evidenciam o "caos político" no país: a demissão do ministro da Educação, Cid Gomes, e o vazamento de um documento interno do gabinete da presidência para o jornal O Globo.

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