Acesso ao principal conteúdo
Imprensa

Jornais franceses refletem comoção nacional com a queda do Airbus

O acidente com o Airbus da Germanwings, ocorrido na manhã de terça-feira (24), no sul do país, é o principal assunto da imprensa francesa de hoje. O jornal Aujourdhui en France chama o acidente de “misterioso” e traz cinco perguntas sobre a tragédia, que deixou 150 mortos.

A capa do jornal Le Figaro: "Questões sobre a catástrofe".
A capa do jornal Le Figaro: "Questões sobre a catástrofe". Reprodução
Publicidade

O diário afirma que os investigadores terão que se dedicar a essas cinco questões para desvendar o acidente. Primeiro, saber se o avião sofreu algum problema técnico em pleno voo. O jornal traz o relato de um agricultor da região que conta ter visto fogo no avião antes da queda. A segunda pergunta é: o avião era confiável? Embora fosse antigo, o Airbus tinha passado recentemente por uma ampla revisão. Terceiro: é possível que tenha havido falha humana. O jornal lembra que o piloto tinha 10 anos de experiência.

A quarta questão se a hipótese de atentado terrorista está excluída. As características do acidente não parecem indicar, mas a hipótese não esta descartada. Por fim, o Aujourd’hui en France se pergunta com será a investigação. O trabalho será realizado por três equipes, uma francesa, uma alemã e uma da própria empresa Airbus, que precisarão se coordenar para realizar os trabalhos.

O Aujourd'hui en France também foi até a Alemanha para encontrar familiares de vítimas. Uma das histórias mais comoventes é da escola Joseph-Konig, da cidade de Haltern am See, que perdeu 16 estudantes e dois professores no acidente. O grupo havia passado uma semana em um intercâmbio em uma escola da Espanha. Como a cidade tem apenas 40 mil habitantes, quase todos tinham alguma ligação com uma das 18 vitimas. Ontem, a população se reuniu e colocou flores e velas em frente à escola.

Especialista comenta tempo da queda

O jornal Le Figaro focou sua cobertura nas investigações da causa do acidente. O diário conversou com Gerard Arnoux, um ex-piloto experiente em aeronaves A320, como a do acidente. Ele afirma que o tempo de queda de oito minutos sem emitir qualquer sinal é o detalhe mais estranho deste acidente. O tempo, considerado longo, indicaria que a equipe tentou durante um bom tempo controlar o avião.

Ele lembra que a queda do voo Rio/Paris, que se acidentou em 2009, durou apenas 4 minutos. Um avião com motores desligados, apenas planando, é capaz de voar por 20 minutos antes de tocar o solo. O ex-piloto, que é experiente em voar sobre os alpes franceses, diz que muito provavelmente as condições meteorológicas tiveram um papel importante no acidente, mesmo que não tenha sido decisivo.

Perfil da Germanwings

Por fim, o Libération fez um perfil da companhia Germanwings. O jornal destaca justamente o fato de a Germanwings ser reconhecida por sua excelência e segurança, como, aliás, toda a aviação alemã. Fundada em 1997 e controlada pela Lufthansa desde 2009, a empresa nunca havia registrado qualquer acidente grave como este.

Entre as empresas low cost, ou seja, que oferecem bilhetes a preços baixos, ela era considerada de alto nível. O Libération destaca, no entanto, que a companhia acabou tendo sorte em meio à tristeza do acidente: a troca de nome da Germanwings já estava planejada antes da queda. Ela deverá ocorrer após a fusão com a Eurowings, outra empresa low cost da Lufthansa.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.